30 de janeiro de 2012

Internos do sistema prisional da Bahia são aprovados no ENEM

Setenta e três internos do sistema prisional baiano conseguiram aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e agora concorrem a vagas em universidades que participam do Sistema de Seleção Unificiada (SiSU) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). As provas foram realizadas por 172 internos, entre os 276 inscritos. Muitos não realizaram a avaliação por já gozarem de liberdade.

Entre os aprovados, José Domingos de Jesus, 44 anos, interno do Centro de Observação Penal (COP) conseguiu o certificado de conclusão do ensino médio, pelos bons resultados nas provas e na redação. “Estou me sentindo feliz e realizado”, conta José Domingos, que atingiu a pontuação exigida pelo Ministério da Educação (Mec) para obter a conclusão do ensino médio. Para estudar, ele utilizou os recursos que conseguiu na unidade onde cumpre pena: jornais, revistas e os programas de TV sobre educação.

Condenado a 18 anos, dos quais seis já foram cumpridos, José Domingos reconhece a importância de estudar. Com essa conquista, está disposto a chegar à universidade para cursar Direito, Computação ou Administração. “Essa oportunidade é muito boa, porque mesmo com os programas de reinserção do detento na sociedade, a exemplo do Começar de Novo do CNJ, há uma necessidade de qualificação”, afirma. Já outro interno da Penitenciária Lemos Brito foi o primeiro selecionado pelo sistema Prouni.
A participação dos apenados no Enem é realizada desde 2009 e é uma das ações de ressocialização da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). Nos últimos anos, vem crescendo o interesse de detentos na realização do Enem. Na Bahia, 819 encarcerados foram inscritos para realização do Enem nas três últimas edições, de acordo com informações da Diretoria de Integração Social (Diso).  A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) busca promover em suas ações uma política capaz de garantir aos detentos o cumprimento de sua pena de forma digna para que, no seu retorno à sociedade, ele seja capaz de atuar como um cidadão responsável e consciente.

Zas/RR
30.1.12

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