Com
o intuito de chamar a atenção do Congresso Nacional para a aprovação da PEC
39/2013, que amplia em 2% o repasse de recursos do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM), os prefeitos paralisaram, nesta sexta-feira (25), as
atividades nas sedes administrativas da maioria dos municípios do Território
Litoral Sul. De acordo com os gestores, para não prejudicar a população, apenas
os serviços de educação, saúde e de outras áreas essenciais estão sendo
mantidos.
O
movimento chamado de “SOS Municípios” liderado pela União dos Municípios da
Bahia – UPB e coordenado pela Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e
Sudoeste da Bahia (Amurc), no Sul da Bahia já ganhou a adesão de grande parte
dos municípios, a exemplo de Itapé. De acordo com o prefeito Jackson Brandão,
os munícipes vêm sofrendo com a desoneração de impostos, “como o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), que acarreta na redução do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), principal receita para o nosso município”,
explica.
De
acordo com o presidente da Amurc e prefeito de Ibicaraí, Lenildo Santana, cerca
de 80 % dos municípios baianos sobrevivem com o repasse do FPM, e a exclusão de
alguns impostos faz com que o gestor tenha cada vez menos receitas para fazer a
gestão das cidades, que tem cada vez mais cobranças e custos para atender as
suas demandas. “Então é preciso ser feita a revisão do Pacto Federativo e uma
revisão do custeio dos programas essenciais e das ações que a gente desenvolve
em parceria com o Estado para que a gente possa garantir o funcionamento com
regularidade dos serviços sociais propostos ao cidadão”, declara.
Desde
a sua instituição em 1988, os municípios têm ampliado as suas responsabilidades
a cada ano, mas os recursos não acompanham na mesma velocidade e proporção.
Como exemplo, pode ser citado um estudo realizado pela
CNM, durante três meses, em municípios de diferentes Estados da Federação, que
apontou defasagens em 66% e 76% nos Programas de Saúde Bucal (PSB) e Saúde da
Família (PSF), respectivamente. Isso reflete a necessidade de repensar os
custos e despesas dos programas, levando em conta o aumento das demandas.
Embora
possua uma maior arrecadação frente aos municípios menores, Itabuna torna-se refém
das complementações dos programas federais, que na maioria dos casos o gestor é
levado a custear mais de 50 % dos gastos, além de ter que ampliar suas ações
devido o aumento das demandas. Para o vice-prefeito Wenceslau Júnior, o
município precisa ser fortalecido, pois segundo ele, é no município onde as
pessoas moram e procuram solucionar de perto os problemas imediatos. “É
necessária uma melhor repartição dos recursos federais para que os municípios
saiam desse estado de falência”, completou.
Senado
A
PEC 39 foi apresentada em agosto pela senadora gaúcha Ana Amélia (PP-RS) e
prevê que a União distribuirá mais 2% da arrecadação do Imposto de Renda e do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao FPM, a serem repassados no
primeiro decêndio do mês de julho de cada ano. Com a aprovação, serão injetados
R$ 7,5 bilhões nos cofres municipais. A matéria está parada no Senado,
aguardando designação de relatoria.