Nascido
das lutas estratégicas de construção de uma nova identidade política na
sociedade brasileira, o Partido dos Trabalhadores (PT) representa uma
experiência concreta de emancipação das classes populares em busca de sua
autodeterminação social. Uma marca de empoderamento daqueles (as) que são
cotidianamente subtraídos do fruto de seu trabalho, alienados de seu lugar na
produção, despossuídos da condição de sujeitos ativos e construtores (as) de
sua própria história.
A
construção do PT representa uma guinada neste processo. E a afirmação de que os
dominados já não se deixam dominar e que os que sempre dominaram, já não
poderiam dominar como antes. A fundação deste partido em 1980 é resultado do acúmulo
de centenas de anos de resistência indígena, negra e popular, e a emergência de
Luiz Inácio Lula da Silva como principal líder deste processo carregar o
simbolismo político, revelador de um ineditismo histórico, inimaginável de ser
alcançado, até então, por um cidadão genuinamente oriundo das fileiras da
classe trabalhadora.
Ao
longo dos anos as lutas se avolumam: anistia; reconstrução da União Nacional
dos Estudantes (UNE); Diretas já; defesa do meio ambiente; fundação da Central
Única dos Trabalhadores (CUT); greves gerais; Movimento Fora Collor e dos Caras
Pintadas; oposição às privatizações; eleições de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e
2010. A
cada luta renhida, a cada companheiro tombado, a cada vitória sofrida, a cada
alegria na vida, assim, com o suor e o sorriso dos nossos rostos e com a moral
erguida, que o PT foi sendo construído, consolidado e confirmado como o partido
do povo brasileiro.
Foi
com essa marca que o partido das lutas chega aos parlamentos. Mas uma vez revolucionando
a forma de fazer política. A organização partidária autônoma dos trabalhadores
elevou à condição de representação institucional, empregadas domésticas,
sem-terra, intelectuais de esquerda, pescadores, seringueiras, metalúrgicos
(as), professoras (es), bancários (as), varredores (as) de rua. Salões
empoeirados com cheiro de casa grande foram nos últimos 30 anos, ocupados pelo
povo que adentrou estes espaços com vontade de preparar a sua própria festa.
Esta
mesma energia libertadora levou o partido aos governos municipais, constituindo
o modo petista de governar, um modo ímpar, com respeito à vontade popular,
inversão de prioridades, política social, ética política e gestão transparente.
Neste processo, símbolos da efetividade prática desta nova política foram
erguidos em homenagem ao povo deste país. Experiências como os Centros
Educacionais Unificados de São Paulo (CEUS/SP), do Orçamento Participativo de Porto
Alegre e a reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) em Vitória da
Conquista, fazem parte destes símbolos que são marcas do PT.
Este
somatório de gestões exitosas, de luta social e de força institucional nos
levou no ano de 2002 a
conquistar o objetivo estratégico de comandar o governo central do Brasil, à
frente do qual, nos últimos dez anos, estamos promovemos mudanças que
impactaram estruturalmente a composição da sociedade brasileira, promovendo a
redução das desigualdades, distribuindo renda, alavancando a economia do norte
e nordeste, melhorando a educação e a saúde em um país que se encontra próximo
do pleno emprego, uma nova marca de crescimento sustentável.
E
que vitalidade tem este projeto, pleno de força, pujança e reconhecimento popular!
Mesmo sofrendo os maiores ataques já proferidos contra um partido político na
história do Brasil, saímos da eleição como o partido mais votado do país, com mais de 17 milhões de votos, conquistamos 635
prefeituras e elegemos 5.191 vereadores. Nestes resultados obtivemos vitórias
emblemáticas, como a volta para a prefeitura de São Paulo e a reeleição em
Vitória da Conquista. Esta reeleição garantiu a continuidade do projeto por
mais quatro anos e, ao final deste período, somaremos 20 anos de gestão
democrática e participativa, mais uma prova viva da força do projeto do PT.
Para
ampliar o apoio ao PT e manter a liderança de um projeto de transformação
social, o partido da classe trabalhadora precisará manter as atuais políticas
em curso e apresentar um novo programa, mais avançado, que incorpore na agenda
petista uma nova geração de políticas públicas na direção do programa
democrático e popular.
Precisamos
retomar com fôlego a agenda das reformas estruturais, a reforma urbana,
agrária, sanitária, a democratização da mídia, as reformas tributária e política
– esta última, a mãe de todas as reformas. Não faremos nenhuma delas sem
modificar a concentração da riqueza. Para isso, o PT precisa assumir o seu
papel de educador das massas e aproveitar os processos internos para fazer um
amplo debate com a sociedade sobre a continuidade do avanço do projeto em
curso, responsabilizando-a e compartilhando com a mesma a condição de direção
de um novo período de acúmulo de forças.
Em defesa do legado acima exposto, decidimos juntar as nossas
forças, unificar as nossas experiências de gestão pública, de luta social, de
batalha política, de construção partidária. Decidimos, após anos de
conhecimento mútuo, construir organicamente uma nova experiência no PT, nova
não por ser inédita, e sim pelo fato de incorporar elementos tão caros ao
partido, mas que estão um pouco esquecidos. Estamos falando da democracia
interna, do respeito às bases, do fortalecimento dos movimentos sociais, do
modo petista de governar e legislar, da inclusão social, da superação do
individualismo, da compreensão de que o ser humano deve estar sempre em
primeiro lugar, e do socialismo.
É com este espírito renovado dos que nunca se cansaram
de lutar, pois lutarão a vida toda, que conclamamos nossos amigos (as),
colaboradores (as), aliados (as), apoiadores (as), todos (as) que estão conosco
nesta caminhada a se juntarem a nós em mais esta etapa, a batalha que faremos
no próximo período em defesa de Lula, do PT e das conquistas do povo
Brasileiro.
*Guilherme
Menezes - Prefeito de Vitória da Conquista
*Marcelino Galo -
Deputado Estadual - PT/BA