14 de julho de 2012

Assassino de Lucas Terra cumpre pena em regime aberto na Bahia.


Condenado por abusar sexualmente e matar o adolescente Lucas Terra, em Salvador, o ex-pastor Silvio Roberto Galiza, teve progressão de regime concedida nesta sexta-feira (13) pela juíza Patrícia Sobral, da Vara de Execuções Penais de Lauro de Freitas, na região metropolitana, onde o preso cumpria pena.
De acordo com informações da assessoria da Secretária de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap), o interno cumpria pena em regime semiaberto e, a partir de agora passa a cumprir pena no regime aberto, com o direito de sair da Casa de Albergados e Egressos, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, de segunda à sexta-feira durante o dia. Ainda segundo a Seap, Galiza deve dormir todas as noites na unidade e não pode sair do local nos finais de semana.


Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira, o pai de Lucas Terra, Carlos Terra, disse que recebeu a notícia da progressão de regime de Silvio Galiza com surpresa. "É muita indignação, muita revolta que estou sentindo. Quero perguntar ao presidente do Tribunal de Justiça da Bahia onde está o exame criminológico do Galiza para estar livre para andar em Salvador agora, pegar outras crianças, abusar, queimar... Estou revoltado, não tenho palavras para dizer o que estou sentindo, isso é uma barbaridade", disse.

 
Lucas Terra tinha 14 anos quando foi abusado sexualmente e queimado vivo, em março de 2001. Além de Silvio Galiza, que foi condenado a 18 anos de prisão pela autoria do crime, a Justiça acusa também dois outros membros da Igreja Universal do Reino de Deus de participação no assassinato da vítima. Eles ainda não foram julgados. Galiza teve a pena reduzida para 15 anos de prisão.
O promotor do caso, David Gallo, que participou do julgamento de Galiza e acompanha o processo dos outros dois réus, também disse estar surpreso com a notícia de progressão de regime do acusado nesta sexta. "É um direito dele [Silvio Galiza]. É uma vergonha, mas está na lei. Agora ele está na rua, não existe controle, é uma excrescência, ninguém cumpre pena nesse país. Tenho fé que de que os outros dois réus vão a júri popular", afirmou ao G1.
O pai da vítima, Carlos Terra, disse que acredita na condenação dos outros dois réus. "Vou continuar lutando por isso. Essa decisão [da projeção de regime de Silvio Galiza] toda foi feito por debaixo dos panos, perto de um final de semana. São 11 anos de luta, vou pedir a revogação dessa liberdade, vou ao Tribunal de Justiça, em Brasília, na ONU, para fora do país denunciar o Brasil que mata, o país da impunidade. Como cidadão, como pai, eu não aceito isso. E as ameaças que eu sofri esses anos todos, a minha família, não me conformo. Ele [Silvio Galiza] recebeu um presente, brinde que deve ser comemorado com champanhe francesa pelos assassinos", disse Carlos Terra.


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