Pais de
alunos matriculados em escolas públicas nas cidades de Coaraci e Buerarema, na
região sul da Bahia, reclamam da falta de professor e de merenda escolar. Na
Escola Municipal José Nery Constan, em Buerarema, estudam cerca de 800 alunos e
os jovens do turno da manhã estão sem professor de português há quase um mês.
“Ainda
não chegou o substituto, mas a secretaria já está tomando providências para o
preenchimento da vaga”, diz o diretor da unidade escolar, José Agenildo.
No
refeitório, a merenda escolar oferecida para os alunos eram apenas bananas e
mangas. “No momento, é isso porque estamos sem energia e não temos como
trabalhar com outro material. Mas durante o dia, a gente tem variedade. Sai
arroz com soja, sai vitamina de abacate”, explica Luzia França, chefe de
cozinha.
Na escola
rural Félix Alves, para matar a sede, os 35 alunos contam com a água que os
professores levam. Para a merenda, apenas mingau. “Agora no dia 26 que eles
começaram a trazer merenda”, relata a professora Eliana Lopes. As aulas não
foram suspensas nos dias em que não havia lanche para os alunos.
Em
Coaraci, a cerca de 50 km de Buerarema, falta merenda nas escolas e nas
creches. Em algumas delas, as aulas ainda nem começaram. É o caso de uma creche
que fica no centro da cidade e onde estão matriculadas 63 crianças. A dona de
casa Cosmira Nascimento está preocupada porque a filha de um ano ainda não foi
para a creche e a mais velha, de 6 anos, que estuda no Centro Educacional de
Coaraci, sai mais cedo da escola. “Vai 8h e chega às 10h”, conta a mãe da
garota, que precisa levar comida de casa para não ficar com fome na escola.
O
secretário de Educação de Coaraci informou que o valor de mais R$ 26 mil para a
merenda já está na conta da prefeitura. “Infelizmente, a gente tem que
trabalhar com aquilo que é enviado pelo MEC. [As merendas] vão já na
segunda-feira”, garante o secretário Valdir Carvalho.
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