Cientistas divulgaram a criação de um gel vaginal
capaz de reduzir em 39% o risco de contrair o vírus HIV durante relações
sexuais, conforme informou o Centre for the AIDS Programme of Research in South
Africa (CAPRISA).
O anúncio foi feito durante a 18ª conferência
internacional sobre a Aids, realizada entre 18 e 23 de julho na cidade de
Viena.
O microbicida contém 1% de 'tenofovir', conhecido
antirretroviral utilizado no combate ao vírus responsável pela Aids, e foi
testado em mulheres na África do Sul. O medicamento também é eficaz ao prevenir
mulheres de ter herpes genital em 51% dos casos.
Se outros estudos confirmarem a eficiência do gel,
a aplicação prolongada pode evitar 500 mil novas infecções pelo HIV na próxima
década no país.
O CAPRISA reuniu 889 mulheres com alto risco de
contágio em zonas rural e urbana de KwaZulu-Natal. Noventa e oito pessoas foram
contaminadas durante o teste, sendo que 38 delas utilizaram o gel. Outras 60
receberam placebos.
As participantes da pesquisa receberam, durante
todo o processo, aconselhamentos sobre a doença. Todos os integrantes, médicos
e mulheres testadas, não sabiam quem havia recebido o gel verdadeiro ou o
placebo.
Os pesquisadores também afirmam que a proteção
cresce conforme a aplicação do gel a base de 'tenofovir' aumenta. Entre as
mulheres que seguiram à risca o uso do gel, a redução observada na transmissão
do vírus HIV foi de 54%.
"Mulheres com herpes genital tendem mais a
serem infectadas pelo HIV, mas a proteção oferecida pelo gel traz um impacto
maior na prevenção contra a Aids", diz Salim Abdool Karim, diretor do CAPRISA
e um dos responsáveis pelo estudo."Trabalhos que confirmem nossas
descobertas são urgentes."
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