BRASÍLIA
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff procurou mostrar sintonia com o desejo
de mudança do eleitorado captado pelas pesquisas e chamou para si a
personificação de quem tem a experiência para promover essas transformações ao
ter sua candidatura à reeleição formalizada pelo PT, neste sábado.
Sob o slogan
"Mais mudanças, Mais Futuro", Dilma teve sua candidatura lançada com
a promessa de um plano nacional de transformação, a ser debatido e aprofundado
durante a campanha, permitida a partir de julho.
"O
Brasil quer seguir mudando e quer seguir mudando pelas mãos daqueles que já
provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a
vida do nosso povo", disse a presidente logo após ter sua candidatura
aclamada.
"Há
quatro anos, nessa mesma convenção, eu disse algo que vou repetir aqui agora:
eu disse que o Lula mudara o Brasil e que o Brasil queria continuar mudando. Eu
disse que a continuidade que o Brasil deseja é a continuidade dessa mudança que
começou quando Lula foi eleito."
Listando
realizações de seu governo e de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio
Lula da Silva, Dilma disse que a campanha será uma "oportunidade rara na
história" para defender os resultados obtidos e anunciar "um novo
ciclo de desenvolvimento".
Esse novo
ciclo, segundo a petista, terá como pilares a "solidez econômica" e a
"amplitude das políticas sociais", envolvendo uma transformação
educacional, uma revolução tecnológica e digital e reformas urbana e dos
serviços públicos. E voltou a defender a reforma política, proposta apresentada
por ela na esteira dos protestos de junho de 2013.
Procurando
afagar prefeitos e governadores, Dilma disse que um processo dessa envergadura
"só pode se concretizar com uma ampla reforma capaz de redefinir os papéis
dos entes federados".
E como
fizeram antes dela em seus discursos Lula e o presidente nacional do PT, Rui
Falcão, convocou a militância petista para uma participação decisiva na
campanha.
"Para
fazer isso, preciso do apoio dos brasileiros e, especialmente, desta grande
militância, precisamos ir às ruas explicar o que fizemos e o que podemos
fazer."
NÓS CONTRA
ELES
Ainda no tom
de Lula e Falcão, Dilma apostou na comparação entre petistas e tucanos.
Explorando fatos ocorridos na gestão de Fernando Henrique Cardoso sem citá-lo
diretamente, afirmou que "não foi eleita para arrochar salário do
trabalhador", "vender patrimônio público" ou
"mendigar" dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Essa
não é a minha receita", afirmou dizendo que pretende governar de
"cabeça erguida".
"Antes
do PT e dos partidos aliados chegarem ao poder, vamos lembrar que as
oportunidades para o brasileiro crescer e subir na vida eram poucas, ou quase
nulas."
E, citando os
efeitos da crise em algumas nações desenvolvidas, como alta no desemprego e
medidas de ajuste fiscal, Dilma defendeu que o Brasil foi o país que
"melhor venceu essa batalha", por ter mantido os níveis de emprego e
de renda dos trabalhadores.
"Antes
dos nossos governos, o Brasil se defendia das crises de uma forma extremamente
perversa, arrochando o salário dos trabalhadores, aumentando as taxas de
juros a níveis estratosféricos, aumentando o desemprego, diminuindo
inteiramente o crescimento e vendendo o patrimônio público", atacou.
"Aqui no
Brasil, porém, dessa vez, o nosso país não se rendeu. Não se abateu, nem se
ajoelhou, como fazia diante de todas as crises do passado."
Para Dilma,
se na primeira eleição de Lula, "a esperança venceu o medo, nesta eleição
a verdade deve vencer a mentira e a desinformação... o nosso projeto de futuro
e todas as nossas realizações devem vencer aqueles cuja proposta é retornar ao
passado".
Apesar das
comparações negativas com a oposição, Dilma procurou, pelo menos em seu
discurso, pedir que o debate seja cordial.
"Nossa
campanha, tem que ser uma festa de paz... nunca fiz política com ódio."
Fonte: MSN Brasil- Por Maria
Carolina Marcello e Nestor Rabello
Nenhum comentário:
Postar um comentário