22 de junho de 2014

De olho no desejo do eleitorado, Dilma diz ter experiência para trazer mudanças




BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff procurou mostrar sintonia com o desejo de mudança do eleitorado captado pelas pesquisas e chamou para si a personificação de quem tem a experiência para promover essas transformações ao ter sua candidatura à reeleição formalizada pelo PT, neste sábado.
Sob o slogan "Mais mudanças, Mais Futuro", Dilma teve sua candidatura lançada com a promessa de um plano nacional de transformação, a ser debatido e aprofundado durante a campanha, permitida a partir de julho.

"O Brasil quer seguir mudando e quer seguir mudando pelas mãos daqueles que já provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a vida do nosso povo", disse a presidente logo após ter sua candidatura aclamada.
"Há quatro anos, nessa mesma convenção, eu disse algo que vou repetir aqui agora: eu disse que o Lula mudara o Brasil e que o Brasil queria continuar mudando. Eu disse que a continuidade que o Brasil deseja é a continuidade dessa mudança que começou quando Lula foi eleito."
Listando realizações de seu governo e de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma disse que a campanha será uma "oportunidade rara na história" para defender os resultados obtidos e anunciar "um novo ciclo de desenvolvimento".
Esse novo ciclo, segundo a petista, terá como pilares a "solidez econômica" e a "amplitude das políticas sociais", envolvendo uma transformação educacional, uma revolução tecnológica e digital e reformas urbana e dos serviços públicos. E voltou a defender a reforma política, proposta apresentada por ela na esteira dos protestos de junho de 2013.
Procurando afagar prefeitos e governadores, Dilma disse que um processo dessa envergadura "só pode se concretizar com uma ampla reforma capaz de redefinir os papéis dos entes federados".
E como fizeram antes dela em seus discursos Lula e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, convocou a militância petista para uma participação decisiva na campanha.
"Para fazer isso, preciso do apoio dos brasileiros e, especialmente, desta grande militância, precisamos ir às ruas explicar o que fizemos e o que podemos fazer."
NÓS CONTRA ELES
Ainda no tom de Lula e Falcão, Dilma apostou na comparação entre petistas e tucanos. Explorando fatos ocorridos na gestão de Fernando Henrique Cardoso sem citá-lo diretamente, afirmou que "não foi eleita para arrochar salário do trabalhador", "vender patrimônio público" ou "mendigar" dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Essa não é a minha receita", afirmou dizendo que pretende governar de "cabeça erguida".
"Antes do PT e dos partidos aliados chegarem ao poder, vamos lembrar que as oportunidades para o brasileiro crescer e subir na vida eram poucas, ou quase nulas."
E, citando os efeitos da crise em algumas nações desenvolvidas, como alta no desemprego e medidas de ajuste fiscal, Dilma defendeu que o Brasil foi o país que "melhor venceu essa batalha", por ter mantido os níveis de emprego e de renda dos trabalhadores.
"Antes dos nossos governos, o Brasil se defendia das crises de uma forma extremamente perversa, arrochando o salário dos trabalhadores, aumentando as taxas de juros a níveis estratosféricos, aumentando o desemprego, diminuindo inteiramente o crescimento e vendendo o patrimônio público", atacou.
"Aqui no Brasil, porém, dessa vez, o nosso país não se rendeu. Não se abateu, nem se ajoelhou, como fazia diante de todas as crises do passado."
Para Dilma, se na primeira eleição de Lula, "a esperança venceu o medo, nesta eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação... o nosso projeto de futuro e todas as nossas realizações devem vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado".
Apesar das comparações negativas com a oposição, Dilma procurou, pelo menos em seu discurso, pedir que o debate seja cordial.
"Nossa campanha, tem que ser uma festa de paz... nunca fiz política com ódio."

 Fonte: MSN Brasil- Por Maria Carolina Marcello e Nestor Rabello

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