Cerca
de 3 mil militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de todo o
estado baiano saíram em caminhada nesta terça-feira (6) da cidade de Camaçari
em direção à Salvador. As principais reivindicações da marcha do MST são a
apuração do assassinato de Fábio Santos, militante do movimento que foi assassinado
em 2 de abril de 2013, na cidade de Iguaí com nove tiros na frente da sua
mulher e filhos, e a cobrança ao Governo Dilma da agilidade no andamento da
reforma agrária. Os trabalhadores se concentraram desde o domingo (4) no espaço
Camaçari 2000 e a previsão de chegada da marcha em Salvador é para a quinta-feira
(8).
“Atualmente
o Brasil possui mais de 80 mil famílias acampadas, sendo a Bahia o estado com o
maior número de famílias nesta condição, são mais de 22 mil. A marcha pretende
também discutir com o governador Jaques Wagner a estruturação dos
assentamentos, assistência técnica, a pauta da educação de nível médio nos
assentamentos e projetos de inclusão produtiva”, pontua o membro da direção
nacional do MST, Márcio Matos. Segundo ele, a marcha vai acampar nesta terça
(6) no trevo da Concessionária Litoral Norte (CLN) e na quarta (7) segue em
direção ao Ginásio de Esportes da Cidade de Lauro de Freitas.
Para
o líder do MST na Bahia, deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), no estado a
política de distribuição de terras ainda precisa avançar muito diante da necessidade
de produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, além da importância da
democratização da terra. “Isso depende de vontade política do governo federal,
que deve priorizar a reforma agrária, a distribuição de terras, ações que não têm
realizado nesses últimos quatro anos. E se a jornada de lutas de abril lembra
os mortos de Eldorado dos Carajás, a marcha do MST da Bahia cobra também a
devida apuração e punição dos assassinos de Fábio Santos. A morosidade da
justiça e a impunidade incentivam novos assassinatos de camponeses em todo o
Brasil. E isso tem que mudar”, aponta o parlamentar.
Vitor Fernandes
(DRT-2430)
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