São 22 latifúndios improdutivos
ocupados pelos trabalhadores e trabalhadoras sem terra na Bahia. A informação
foi confirmada pela direção nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
nesta segunda-feira (20). De acordo com um dos líderes do movimento, o baiano
Márcio Matos, a jornada de luta do ‘Abril Vermelho’ segue com as ocupações e
mostra unidade e compromisso com a luta pela reforma agrária e contra a
violência no campo. “Grande parte das ocupações aconteceram no sábado [18] e no
domingo [19], onde demos seguimento à jornada ocupando vários latifúndios
somando um total, nessa jornada, de 22 fazendas ocupadas e acampadas por
aproximadamente 3.500 famílias”, aponta Matos, que também é membro da direção
nacional do MST.
Ligado ao movimento dos sem terra, o
deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), declara que o MST seguirá lutando por
políticas públicas e por justiça social. Para o parlamentar petista, a ocupação
é o método de protesto dos sem terras e, de acordo com ele, “mais de 80% das
terras que viraram assentamento, antes foram alvo de alguma ocupação ou
mobilização popular”. Valmir cobra um pacto pela reforma agrária com ações
transversais de infraestrutura e com a presença do poder público nos
assentamentos. “Volto a chamar a atenção do Poder Judiciário para as 193 áreas
que se encontram com processos que impedem a aquisição pelo Incra para
transformar mais de 986 mil hectares à disponibilidade da reforma agrária.
Agora dependem da Justiça acelerar esses processos e auxiliar o país a avançar nesta
área”.
Na região do extremo sul, o dirigente
estadual Evanildo Costa afirma que “o objetivo é buscar avançar, cada vez mais,
na reforma agrária popular, na produção agroecológica e contra agronegócio,
lembrando que os índices de violência no campo voltaram a apontar que o sem
terra continua como alvo principal. “Queremos e podemos produzir alimentos
saudáveis e construir nossa soberania alimentar e, com isso, romper de vez com
as relações de produção capitalista”, afirma Costa, reverberando a fala dos
trabalhadores mobilizados. Entre as fazendas ocupadas pelo MST, estão áreas em
municípios como Alcobaça, Nova Ibiá, Eunápolis, Jequié, Casa Nova, Santa
Brígida, São Desidério e Boa Vista do Tupim. O movimento divulga e denúncia a
existência de latifúndios no país, alguns deles na Bahia, como essas áreas que
foram ocupadas.
Confira a lista divulgada pelo MST
nesta segunda-feira (20 de abril de 2015):
1.
Fazenda Maçaranduba, proprietário Bernarda Fontes, município Alcobaça;
2.
Fazenda Planície, proprietário Jorge Afonso, município Itanhém, tamanho
600 hectares;
3.
Fazenda Reunidas da Amazonas, município Ibirapuã;
4.
Fazenda Nossa Senhora de Fátima, município Eunápolis;
5.
Fazenda Conjunto São Rafael, proprietário Durval Líbano, município Nova
Ibiá;
6.
Fazenda Copa Cabana, proprietário Antônio César Mesquita, município
Jequié, tamanho 750 hectares;
7.
Fazenda Santa Rita, proprietário Banco do Brasil, município Juazeiro do
Norte;
8.
Fazenda Granja, proprietário Nilo Coelho, município Casa Nova;
9.
Fazenda Saco da Arará, município Santa Brígida;
10. Fazenda Nordestina,
município Nordestina;
11. Fazenda Marruage,
município Santa Brígida
12. Fazenda Santa
Maria, município Santa Luz;
13. Fazenda Gameleira,
município Teodoro Sampaio, tamanho 700 hectares;
14. Fazenda da CEPLAC,
proprietário Governo Federal, município São Sebastião do Passé
15. Fazenda São
Desiderio, município São Desiderio, tamanho 2430 hectares;
16. Fazenda Santo
Antônio, município São Desiderio;
17. Fazenda Olinda,
proprietário Veracel, município Potiraguá, tamanho 1800 hectares;
18. Fazenda
Olimpio/Lembrança, proprietário Ione, município Jusarí;
19. Fazenda Formosa,
município Boa Vista do Tupim;
20. Fazenda de Desinho,
próximo ao Mutum, município de Vitória da Conquista;
21. Fazenda Itapema,
município de Grapiúna;
22. Latifúndio
improdutivo no município de Planaltina.
Ascom do deputado Valmir Assunção
Vitor Fernandes (DRT-2430)
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