Projetos
com diferentes proposições serão apresentados pelo deputado federal Valmir
Assunção (PT), na Câmara Federal, para esta nova legislatura. Abrindo a série,
o parlamentar petista destaca a peça que pede a taxação das grandes fortunas no
Brasil, que já tinha sido apresentada por Amauri Teixeira (PT-BA), mas foi
arquivada. Conforme projeto de autoria de Valmir, o artigo 153 da Constituição
Federal determina que é dever da União instituir impostos sobre as grandes
fortunas, nos termos de lei complementar, mas ele ressalta que “esse trecho do
artigo da Constituição [inciso V], mesmo depois de 26 anos da promulgação da
carta magna, ainda carece de regulamentação”.
“Um
relatório do Banco Credit Suisse calcula que, no ano passado, eram 1,9 mil os
brasileiros com patrimônio superior a US$ 50 milhões [cerca de R$ 130 milhões].
Em uma estimativa comedida, a tributação sobre o patrimônio dessa camada mais
privilegiada renderia à União mais de R$ 15 bilhões anuais, se levarmos em
conta a proposta que está no projeto, ou seja, mais da metade dos R$ 20 bilhões
que o governo brasileiro pretende arrecadar com os aumentos de impostos
anunciados recentemente”, defende Assunção.
Para
o parlamentar petista, o debate ganha mais relevância com o relatório da organização
internacional Oxfam, que aponta que, em 2016, 1% da população mundial vai
controlar mais da metade da riqueza produzida no mundo. “No Brasil, temos 15
famílias que acumulam a riqueza que equivale a dez vezes o que se gasta com o
Bolsa Família, ou seja, R$ 260 bilhões. Um levantamento do G1 [portal de
notícias] mostra que a proposta tem apoio de 59,8% dos deputados. As razões
alegadas para o impedimento de sua regulamentação vão desde que afugentaria o
capital até que teria pequeno potencial tributário, que geraria conflitos com
outros impostos sobre o patrimônio e não teria como incidir eficazmente sobre
títulos mobiliários”, explica.
Valmir
Assunção defende que se aprovado, o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), em
vez de afugentar, deve atrair mais o capital ao permitir a desoneração do fluxo
econômico, gerando maior consumo, produção e lucros. “Não teria nenhum conflito
com os impostos existentes, já que sua base tributária é o valor total dos
bens. Quanto às dificuldades de avaliação dos títulos mobiliários, o registro
eletrônico das transações e as posições fornecidas pelos bancos podem resolver
o problema. O seu potencial tributário supera o do CPMF”. Como resolução, o
deputado federal diz que o IGF “poderia ser cobrado de forma progressiva,
arbitrando-se um nível mínimo de isenção, incidindo através de alíquota
reduzida sobre o valor do patrimônio declarado no imposto de renda”.
Ascom do
deputado Valmir Assunção
Vitor Fernandes
(DRT-2430)
www.valmirassuncao.com
71 88789657
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