Os ex-donos do Cruzeiro do Sul, Luís Felippe e Luís
Octavio Índio da Costa, têm mais uma encrenca com que se preocupar além da
própria liquidação do banco. Eles são suspeitos de aplicar um golpe à la
Bernard Madoff, o financista que inventou um esquema de pirâmide nos Estados
Unidos que resultou em perdas de US$ 65 bilhões para milhares de investidores.
Na versão brasileira, os valores são mais modestos:
aproximadamente R$ 270 milhões. Mas o drama pessoal de cotistas de dois fundos
do Cruzeiro do Sul é comparável ao das vítimas americanas. Há senhoras
aposentadas que perderam a poupança de uma vida e até uma família que ficou sem
chão ao perceber o sumiço do dinheiro guardado para bancar a sobrevivência de
um parente portador de deficiência.
A suspeita é de que os dois fundos em questão - FIP
BCSul Verax Equity 1 e FIP BCSul Verax 5 Platinum - não tenham ativos para
honrar sequer 5% do que foi aplicado pelos investidores. Segundo pessoas que
conhecem o assunto, os ex-controladores do Cruzeiro do Sul usavam o dinheiro de
cotistas novos para bancar os resgates dos antigos - exatamente como Bernard
Madoff. Também há suspeitas de que
tiravam recursos do próprio banco para esse fim. Com a intervenção do BC, a
"bicicleta deixou de pedalar", como define uma fonte, e o esquema
ruiu.
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