Texto e foto: Arnold Coelho
Existe um velho ditado que diz: Se Maomé não vai até a
montanha, a montanha vai até Maomé. É com essa forma de ver e pensar que o
professor Soares Neto diariamente traz o campo até a cidade. Soares, para não
deixar o campo literalmente 'morrer', faz um trabalho de formiguinha, que para
muitos não dará resultado, mas, ele, destemido e perseverante como é,
simplesmente faz a parte dele, sem a preocupação de se promover ou ganhar algo
em troca que não seja o sorriso sincero do homem do campo, que produz o
alimento e só quer sobreviver da terra.
O professor Soares Neto (muitos não sabem, mas esse cara
espetacular é professor), sabendo da precariedade das estradas vicinais da
nossa região, que não ajudam no escoamento da pequena, mas contínua produção
rural, passa quase que diariamente por inúmeras pequenas propriedades rurais e pega
a produção do pequeno produtor, monta cestas com produtos do campo, traz para a
cidade, vende cada cesta por R$ 10, e só volta para o campo quando vende toda a
produção, levando o dinheiro ganho para os produtores rurais, que sabem
plantar, mas não sabem vender.
Soares pega toda semana cerca de 20 a 25 cestas com
produtos da agricultura familiar e vende aos amigos e conhecidos. Segundo
Soares Neto, essa é a única forma de manter o homem do campo no campo. "Não
imagino a vida sem a Agricultura Familiar. Espero que um dia o homem do campo
possa comercializar os seus produtos de maneira digna, em um espaço deles.
Levarei em breve para a Amurc, onde debateremos com alguns secretários de
Agricultura de várias cidades da nossa região e técnicos da área, a ideia de um
Balcão de Comercialização Regional da Agricultura Familiar, onde o pequeno
produtor possa chegar e vender o seu produto diretamente ao consumidor",
disse Soares Neto.
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