Prefeitos, vice-prefeitos,
secretários municipais e vereadores da Bahia desembarcaram na Capital Federal,
nesta terça-feira (13), para participar da Marcha a Brasília. Este ano a
delegação baiana conta com 450 participantes e o encontro debate a crise dos
municípios e a conjuntura eleitoral. Entre as principais queixas, o arrocho
financeiro que vivem atualmente os municípios.
Na cerimônia de abertura, o
presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), assinou a
instalação da Comissão Especial que deverá analisar a proposta do aumento de 2%
no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), anúncio bastante
comemorado pelos gestores municipais presentes.
A prefeita de Floresta Azul,
Dra. Sandra Cardoso, faz parte da delegação de prefeitos baianos que estão
participando da marcha. Sandra que integra a diretoria da Amurc e participa
diretamente das ações da União dos Municípios Baianos (UPB) e da Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), falou da importância da união dos municípios sul
baianos e a boa relação com os municípios vizinhos e seus respectivos prefeitos.
“O aumento em 2% no repasse
do FPM é uma das muitas reivindicações propostas pelos municípios brasileiros.
É impossível administrar sempre no vermelho. Volto a dizer que nossas despesas
são sempre maiores que as receitas, sem contar com os constantes sequestros que
chegam sem avisar e nos deixam sem poder pagar a folha de pagamento. A ideia é
sairmos daqui com propostas concretas”, disse a prefeita de Floresta Azul, Dra.
Sandra Cardoso.
FPM insuficiente
O presidente da Confederação
Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski foi infático em destacar o FPM no
discurso feito pela manhã, na abertura da Marcha. Ziulkoski destacou o Fundo
como a principal fonte de receita dos Municípios. Mas, desde 2008, as
arrecadações próprias começaram a superar o FPM, que cai consideravelmente.
Para piorar a situação, as isenções do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) tiraram do FPM R$ 77 bilhões de 2008 a 2012. São 26,4% do Fundo em cinco
anos. O aumento dos 2% é uma migalha perto do que nos tiraram.
PAUTA DE REIVINDICAÇÕES
1. Aumento de 2% do FPM
As propostas de emenda
constitucional que estão tramitando no Congresso (PEC 39/2013 no Senado e PEC
341/2013 na Câmara) alteram a participação do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) dos atuais 23,5% para 25,5% da arrecadação nacional do Imposto
sobre Produto Industrializado (IPI) e do Imposto de Renda. Isso representaria,
em 2014, um aporte de mais de R$ 7,3 bilhões aos cofres municipais, auxiliando,
sobretudo, os pequenos e médios Municípios que têm no FPM a mais importante
fonte de receita.
2. Reformulação da Lei Complementar 116/2003 ISS
O projeto pretende, além de
incluir novas atividades econômicas na LC 116/2003, resolver o problema da
guerra fiscal no ISS, alterando as operações de leasing, as operações com
cartões de crédito para que o imposto fique no município do tomador do serviço
e não onde as empresas estão instaladas. Com isso, será possível arrecadar,
aproximadamente, R$ 5 bilhões a mais a cada ano e promover uma melhor equidade
de receitas entre os Municípios.
3. Desonerações do IPI somente da parcela do da União
O governo federal pode
conceder renúncias de impostos para fomentar a economia. E, nestes últimos
anos, uma das principais políticas macroeconômicas foi a de desonerações no
Imposto de Produtos Industrializados (IPI). O problema disso é que o IPI compõe
o FPM, e a cada desoneração acaba acarretando a diminuição no repasse de
recursos para FPM. Por isso, o movimento cobra que somente seja possível ao
governo federal desonerar a sua parte do imposto.
4. Apreciação pelo STF da Lei 12.734/2012 com a
redistribuição dos royalties de petróleo e gás
O movimento municipalista
conseguiu – após imensa luta junto ao Congresso Nacional – derrubar o veto a
Lei 12.738/2012, que redistribui de forma mais justa os royalties de petróleo e
gás das plataformas continentais. Esta lei encontra-se sub judice no STF
esperando a manifestação da suprema corte sobre a sua constitucionalidade.
5. Encontro de contas das dívidas previdenciárias
Durante a XVI Marcha, a CNM
pautou a questão do encontro de contas das dívidas dos Entes municipais junto à
Previdência. Ou seja, abater da dívida dos Municípios o que a Previdência deve
a eles. Até o momento, a Receita Federal e o Ministério da Previdência Social
não concordaram com o pleito municipalista.
Os prefeitos: Vane, o presidente da Amurc, Lenildo Santana, Lero Cunha e Dra. Sandra Cardoso. |
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