Após
caminhada que saiu de Camaçari à Salvador, o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) foi recebido pelo governador da Bahia Jaques Wagner (PT) na
tarde deste sábado (10) para tratar a pauta de reivindicação. Durante a audiência,
na governadoria, os dirigentes pediram celeridade nas investigações do
assassinato do líder sem-terra Fábio Santos ocorrido há um ano, no município de
Iguaí, além de infraestrutura para assentamentos e continuação das desapropriações
de áreas para a reforma agrária e maquinários para a agricultura familiar. As
demandas apresentadas ao governador pela comissão foram debatidas com secretários
estaduais e representantes de órgãos, como Incra, EDBA, CAR, Sedes e SEC.
Após
a audiência, Wagner foi ao público apresentar as propostas em ato na frente da
governadoria. De acordo com o chefe do Executivo, a Secretaria de Segurança
Pública vai apresentar um relatório das investigações do assassinato de Fábio
Santos em 30 dias e se comprometeu em cumprir o acordo firmado em reunião. “Não
recebo vocês fazendo favor, recebo porque acho que é uma obrigação de quem
governa o estado. Sei que um dos motivos é a solução do crime contra Fábio,
companheiro que foi assassinado porque lutava em defesa dos trabalhadores. O meu
compromisso com a direção do MST, o compromisso do secretário de Segurança
Pública é no máximo 30 dias apresentar o relatório final e os suspeitos da
morte de Fábio”, declara o governador.
Na
pauta de reivindicações, que foi comprometida pelo governo com a direção do MST,
consta a construção de quadras esportivas em assentamentos, de escolas, a doação
de 15 tratores e máquinas agrícolas via Ministério de Desenvolvimento Agrário e
a conclusão do trabalho no extremo sul com as empresas de celulose. “Estamos
concluindo e vamos ter 30 mil hectares de terra na parceria com a empresa de
celulose, estabelecendo uma convivência e vamos ter um projeto de reforma agrária
que vai ser exemplar para a Bahia e para o Brasil”, completa Wagner. O
governador também foi ao governo federal interceder para destinar parte dos
perímetros irrigados do Salitre, Baixio de Irecê e Nilo Coelho para fazer
assentamento. O processo de negociação gerou tensão e conflito nas regiões.
Para
o dirigente nacional do movimento, Márcio Matos, as negociações com o governo
foram “positivas”, mas ressalta que há ainda muito para alcançar. De acordo com
ele, os militantes agora retornam para seus territórios para o Dia das Mães e
destaca que a intervenção do governo nas áreas de perímetros irrigados já
beneficiou mais de mil famílias, que estão vivendo nessas terras. Existem em
funcionamento mais de 10 escolas de nível médio nos assentamentos de reforma
agrária da Bahia com mais de 2 mil alunos. “Estamos agora pactuando com o
governador a ampliação das escolas já existentes e a construção de quatro novas
de nível médio. A questão das quadras poliesportivas que o governo anunciou já
era um compromisso anterior”.
Vitor Fernandes (DRT-2430)
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