10 de novembro de 2012

Governadores do Nordeste defendem redução gradual e alíquota diferenciada do ICMS


O governador Jaques Wagner defendeu, nesta quarta-feira (7), em Brasília (DF), em reunião de 26 governadores com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a redução gradual do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como forma de acabar com a chamada "guerra fiscal" entre os estados. Porta-voz da proposta acertada com os governadores do Nordeste, Wagner sugeriu que o ICMS seja reduzido de forma gradual e fixado entre 4% a 7%, de forma a não prejudicar os estados do Nordeste, que cobram uma alíquota de 12%, contra 7% de São Paulo.

O ministro apresentou uma proposta de unificação da alíquota para 4% e de criação, pelo governo federal, de dois fundos para compensar os estados perdedores, que são justamente os que mais produzem mercadorias. Um fundo de desenvolvimento regional funcionaria por 16 anos, destinando R$ 12 bilhões ao ano para os estados perdedores – R$ 9 bilhões em financiamentos de bancos oficiais e R$ 3 bilhões do Orçamento Geral da União. O segundo fundo compensaria as perdas a cada ano, mas os recursos ainda não estão previstos.

O governador da Bahia disse que a aceitação à proposta vai depender de como será feita a compensação e que as equipes técnicas do estado se debruçarão sobre o conteúdo apresentado. "Sou a favor de que se faça uma redução proporcional. Hoje, são dois valores diferentes. Se você puxar todo mundo para um valor só, a taxa de sacrifício do Nordeste será maior do que a do Sudeste”, explicou. Mantega disse que a redução gradual do ICMS “pode ser considerada” e que vai analisar ainda os demais pedidos.

A proposta dos governadores do Nordeste incluiu, ainda, pleitos como a compensação por perdas do Fundeb e do Fundo de Participação dos Estados; a questão da previdência social, a posição do governo federal sobre as dívidas estaduais; apoio à votação da PEC 197/12, que cria o e-commerce; liberação de recursos da Lei Kandir; criação do Fundo de Desenvolvimento Regional; além de mudança no quorum do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Para Jaques Wagner, apesar das divergências os estados devem insistir em acabar com a guerra fiscal e organizar novo sistema tributário com segurança jurídica. “Os estados serão totalmente compensados”, garantiu o ministro.

 

Dívida dos estados será indexada pela Selic

 

A taxa de juros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais será o novo indexador da dívida dos estados com a União. O anúncio foi feito pelo ministro Guido Mantega, na reunião com os 26 governadores. A medida vai reduzir o valor pago de juros pelos estados à União. Atualmente, essa dívida é corrigida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) mais 6% ou 7,5% ao ano.

Em abril deste ano (2012), durante audiência pública sobre a dívida dos estados com a União, na Câmara dos Deputados, em Brasília, o governador Jaques Wagner defendeu a repactuação urgente das dívidas para permitir que os Estados aumentem seus investimentos em infraestrutura. "Os estados precisam pagar menos dívidas e aumentar seus investimentos", afirmou.

 

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