Cidade do Vaticano, 6 fev (EFE).- Um total de quatro mil casos de
abusos sexuais a menores realizados por padres foram denunciados para a
Congregação para a Doutrina da Fé nos últimos dez anos, informou nesta
segunda-feira o prefeito da instituição, William Levada, que admitiu que
a resposta da Igreja foi 'inadequada'.
Levada deu estas
declarações na Universidade Gregoriana de Roma durante a abertura de um
simpósio sobre pedofilia, que irá até o dia 9 de fevereiro e que reúne
líderes religiosos.
Durante o ato o prefeito leu uma mensagem do
papa Bento XVI, no qual afirma que a cura das vítimas deve ser 'a
preocupação prioritária' da comunidade cristã e que isso tem que ocorrer
ao lado de uma 'profunda renovação da igreja em todos os níveis'.
Levada,
por sua parte, destacou a luta do pontífice contra o abuso de menores, o
que começou quando ele era o cardeal Joseph Ratzinger.
O prefeito
afirmou que Bento XVI sofreu nos últimos anos 'duros ataques' por parte
da imprensa, 'quando deveria ter recebido a gratidão de toda a igreja e
de fora dela' pelo trabalho realizado e sua postura de 'tolerância
zero' com a pedofilia.
Levada, no entanto, admitiu que as quatro mil denúncias 'evidenciaram a inadequada e insuficiente resposta da igreja'.
O
religioso ressaltou a necessidade da Igreja colaborar com as
autoridades civis para enfrentar os casos de padres pedófilos,
destacando que o abuso sexual de menores de idade não só é um delito
religioso, mas também um crime.
Levada disse ainda que embora as
leis civis variem de nação para nação, o princípio sempre é o mesmo: 'a
igreja tem a obrigação de cooperar com a lei civil e denunciar esses
crimes às autoridades competentes'.
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