18 de julho de 2014

Lixão de Floresta Azul está com os dias contados




Texto e fotos: Ascom Floresta Azul | Infraestrutura

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Artigo 225 da Constituição Federal.
Partindo desse princípio, e tendo como compromisso a responsabilidade de gerir uma cidade pobre de recursos financeiros e carente de atenção por parte dos governos federal e estadual, a prefeitura de Floresta Azul deu início às obras que irão transformar o lixão da cidade em um aterro sanitário. A prefeita, Dra. Sandra Cardoso, em uma ação audaciosa e corajosa contratou a empresa Conexa Engenharia Gerenciamento de Resíduos, de propriedade do Engenheiro Agrônomo e professor Agamenon Almeida Farias e de Orlando Ribeiro Silva, para transformar o lixão de Floresta Azul em uma Área de Disposição Final para Resíduos Sólidos Urbanos.

Na manhã de quinta-feira, 17, a prefeita Dra. Sandra Cardoso esteve no lixão e vistoriou de perto os trabalhos da sua equipe de Infraestrutura, que está trabalhando no local no processo de revitalização e construção do futuro aterro sanitário. A equipe é comandada por Antonio Carlos e Plínio Oliveira e tem a coordenação técnica do engenheiro Agamenon Farias.
A prefeita esteve acompanhada do secretário de Agricultura, Valter Rubens Alcântara; da coordenadora de Meio Ambiente do Município, Silvana Farias; do Gerente de Esportes, Waldemar Sodré; do presidente da Liga de Futebol, Bombila e do vereador Gutemberg Cardoso Marciel (Guga). Sandra ouviu atentamente os moradores das ruas 1, 2, 3 e 4 do bairro Raimundo Sálvio, que assistem, ainda atônitos, sem acreditar no que estão vendo, pois além de todo o manilhamento do entorno do campo, o lixão vai virar aterro sanitário, e os porcos sairão daquele local. “Convivo diariamente com esse esgoto e esse lixão cheio de porcos. Nem acredito que esse mau cheiro vai acabar, parece até um sonho”, disse a moradora da Rua 4, Maria José Silva Santos, de 46 anos.

PROJETO
A Conexa montou um projeto simples, prático, barato para os padrões atuais. Os catadores vão criar uma associação de reciclagem de lixo e receberão da prefeitura a doação do terreno para a construção da sede ao lado do antigo lixão. Serão construídos também dois galpões, sendo que um ficará dentro do espaço do futuro aterro, em um ponto estratégico, com tamanho de cinco metros de frente e oito metros de fundo, totalizando 40 metros quadrados, onde será feita diariamente a coleta seletiva das cinco toneladas de lixo que chegam ao local.
O projeto pede a construção de uma rampa de triagem, um campo de compostagem, um parque de transbordo,  um aterro simplificado, um campo de compostagem, dois tanques: um de chorume e um para a compostagem final, além da melhoria do acesso e controle de entrada ao local do futuro aterro sanitário. Tudo sendo feito com recursos próprios do município.
Agamenon espera usar o espaço físico do antigo matadouro municipal, que será fechado nos próximos dias, para área de depósito, economizando assim na construção do segundo galpão.
Quando o projeto estiver concluído, 90% do lixo será reaproveitado. O lixo orgânico irá se transformar em adubo e os demais resíduos serão separados e destinados à reciclagem. O material reciclado (lixo seco) será comercializado para as empresas de reciclagem sem serem prensados. O composto orgânico (adubo) será dividido 50% para a prefeitura, que utilizará em projetos sociais do município e os outros 50% serão doados para os pequenos agricultores da agricultura familiar local. O engenheiro espera também em um futuro próximo inserir nesse espaço um campo de areia e uma área ou praça com brinquedos infantis para humanizar o local, já que ao lado existe um bairro que convive há anos com esse lixão.
O sócio Orlando Ribeiro, por sua vez, deixou claro que o papel da Conexa é de assessoria, orientando e capacitando os seis profissionais que participarão do processo de coleta seletiva e cobrando da administração os equipamentos necessários. “É preciso que se tomem todos os cuidados necessários com a compra e o uso diário de macacão, luvas, botas, boné, máscaras, óculos, carro de mão, balança, pás, enxadas, gandanhos, ancinhos, bombona de 50l (lixo orgânico), vassouras, saco de reciclagem. Além da montagem nós passaremos um ano dando assessoria e qualificando os interessados. Estamos apresentando esse projeto para as cidades de Itororó, Itapetinga, Itajuípe, Coaraci, Itapebí e Firmino Alves”, disse Orlando.

Ações a serem implantadas no município

1 - Implantação da coleta seletiva nas escolas de 1° e 2° graus da rede pública municipal e estadual.
2 - Sensibilização e mobilização das comunidades da sede dos distritos visando despertar para a conscientização quanto aos problemas causados pelo lançamento inadequado desses resíduos no meio ambiente.
3 - Campanhas educativas e informativas sobre a implantação da coleta seletiva no município.
4 - Aquisição de equipamentos para melhor manejo desses materiais.
5 - Instalação de caixas coletora de lixo, que devem ser distribuídas estrategicamente nas praças, ruas e avenidas da sede e distritos.
6 - Cursos de capacitação para os professores, profissionais de saúde e dos servidores da limpeza pública.
7 - Reuniões com os diversos segmentos sociais e representantes do poder público, objetivando parceria e apoio técnico.

MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público notificou o lixão de Floresta Azul em março de 2007, assim como a maioria das cidades baianas, e apesar da prefeita fazer parte do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável – Litoral Sul (CDS-LS) e acreditar no fim dos milhares de lixões existente no pais a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, onde a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, determina que todos os lixões precisam ser extintos. A prefeita acha difícil fazer valer essa lei a curto prazo. “Estamos esperando a liberação de recursos para elaborar o projeto. O estado é lento nas suas ações e o MP por sua vez nos cobra com prazos determinados. Resolvi agir por conta e recursos próprios, usando como exemplo as cidades de Almadina, Itajú do Colônia e Santa Cruz da Vitória”, disse a gestora.





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