Texto e fotos: Ascom Floresta Azul | Infraestrutura
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações”. Artigo 225 da Constituição Federal.
Partindo desse princípio, e tendo como compromisso a responsabilidade de
gerir uma cidade pobre de recursos financeiros e carente de atenção por parte
dos governos federal e estadual, a prefeitura de Floresta Azul deu início às obras que irão transformar o
lixão da cidade em um aterro sanitário. A prefeita, Dra. Sandra Cardoso, em uma ação
audaciosa e corajosa contratou a empresa Conexa Engenharia Gerenciamento de
Resíduos, de propriedade do Engenheiro Agrônomo e professor Agamenon Almeida
Farias e de Orlando Ribeiro Silva, para transformar o lixão de Floresta Azul em
uma Área de Disposição Final para Resíduos Sólidos Urbanos.
Na manhã de quinta-feira, 17, a prefeita Dra. Sandra Cardoso esteve no
lixão e vistoriou de perto os trabalhos da sua equipe de Infraestrutura, que
está trabalhando no local no processo de revitalização e construção do futuro
aterro sanitário. A equipe é comandada por Antonio Carlos e Plínio Oliveira e
tem a coordenação técnica do engenheiro Agamenon Farias.
A prefeita esteve acompanhada do secretário de Agricultura, Valter Rubens
Alcântara; da coordenadora de Meio Ambiente do Município, Silvana Farias; do
Gerente de Esportes, Waldemar Sodré; do presidente da Liga de Futebol, Bombila
e do vereador Gutemberg Cardoso Marciel (Guga). Sandra ouviu atentamente
os moradores das ruas 1, 2, 3 e 4 do bairro Raimundo
Sálvio,
que assistem, ainda atônitos, sem acreditar no que estão vendo, pois além de
todo o manilhamento do entorno do campo, o lixão vai virar aterro sanitário, e
os porcos sairão daquele local. “Convivo diariamente com esse esgoto e esse
lixão cheio de porcos. Nem acredito que esse mau cheiro vai acabar, parece até
um sonho”, disse a moradora da Rua 4, Maria José Silva Santos, de 46 anos.
PROJETO
A Conexa montou um projeto simples, prático, barato para os padrões
atuais. Os catadores vão criar uma associação de reciclagem de lixo e receberão
da prefeitura a doação do terreno para a construção da sede ao lado do antigo
lixão. Serão construídos também dois galpões, sendo que um ficará dentro do
espaço do futuro aterro, em um ponto estratégico, com tamanho de cinco metros
de frente e oito metros de fundo, totalizando 40 metros quadrados, onde será
feita diariamente a coleta seletiva das cinco toneladas de lixo que chegam ao
local.
O projeto pede a construção de uma rampa de triagem, um campo de
compostagem, um parque de transbordo, um
aterro simplificado, um campo de compostagem, dois tanques: um de chorume e um
para a compostagem final, além da melhoria do acesso e controle de entrada ao
local do futuro aterro sanitário. Tudo sendo feito com recursos próprios do
município.
Agamenon espera usar o espaço físico do antigo matadouro municipal, que
será fechado nos próximos dias, para área de depósito, economizando assim na
construção do segundo galpão.
Quando o projeto estiver
concluído, 90% do lixo será reaproveitado. O lixo orgânico irá se transformar
em adubo e os demais resíduos serão separados e destinados à reciclagem. O material reciclado (lixo seco) será
comercializado para as empresas de reciclagem sem serem prensados. O composto
orgânico (adubo) será dividido 50% para a prefeitura, que utilizará em projetos
sociais do município e os outros 50% serão doados para os pequenos agricultores
da agricultura familiar local. O engenheiro espera também em um futuro próximo
inserir nesse espaço um campo de areia e uma área ou praça com brinquedos
infantis para humanizar o local, já que ao lado existe um bairro que convive há
anos com esse lixão.
O sócio Orlando Ribeiro, por sua vez, deixou claro que o
papel da Conexa é de assessoria, orientando e capacitando os seis profissionais
que participarão do processo de coleta seletiva e cobrando da administração os
equipamentos necessários. “É preciso que se tomem todos os cuidados necessários
com a compra e o uso diário de macacão, luvas, botas, boné, máscaras, óculos, carro
de mão, balança, pás, enxadas, gandanhos, ancinhos, bombona de 50l (lixo
orgânico), vassouras, saco de reciclagem. Além da montagem nós passaremos um
ano dando assessoria e qualificando os interessados. Estamos apresentando esse
projeto para as cidades de Itororó, Itapetinga, Itajuípe, Coaraci, Itapebí e
Firmino Alves”, disse Orlando.
Ações a serem implantadas no município
1 - Implantação da coleta
seletiva nas escolas de 1° e 2° graus da rede pública municipal e estadual.
2 - Sensibilização e
mobilização das comunidades da sede dos distritos visando despertar para a
conscientização quanto aos problemas causados pelo lançamento inadequado desses
resíduos no meio ambiente.
3 - Campanhas educativas e
informativas sobre a implantação da coleta seletiva no município.
4 - Aquisição de
equipamentos para melhor manejo desses materiais.
5 - Instalação de caixas
coletora de lixo, que devem ser distribuídas estrategicamente nas praças, ruas
e avenidas da sede e distritos.
6 - Cursos de capacitação
para os professores, profissionais de saúde e dos servidores da limpeza pública.
7 - Reuniões com os diversos
segmentos sociais e representantes do poder público, objetivando parceria e
apoio técnico.
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público notificou o lixão de Floresta Azul em março de 2007,
assim como a maioria das cidades baianas, e apesar da prefeita fazer parte do Consórcio
de Desenvolvimento Sustentável – Litoral Sul (CDS-LS) e acreditar no fim dos milhares
de lixões existente no pais a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
onde a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, determina que todos os lixões
precisam ser extintos. A prefeita acha difícil fazer valer essa lei a curto
prazo. “Estamos esperando a liberação de recursos para elaborar o projeto. O
estado é lento nas suas ações e o MP por sua vez nos cobra com prazos
determinados. Resolvi agir por conta e recursos próprios, usando como exemplo as
cidades de Almadina, Itajú do Colônia e Santa Cruz da Vitória”, disse a
gestora.
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