12 de fevereiro de 2012
Ex-testemunha de Lindemberg também matou ex-namorada
Ele ajudou nas negociações. Era colega de trabalho de Lindemberg Alves, de 25 anos, que nesta segunda-feira, 13, começa a ser julgado pela morte da ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15. O réu e Robson Muriel dos Santos jogavam futebol juntos toda semana. O amigo chegou a ser arrolado como testemunha de defesa na última audiência, ano passado, mas hoje está preso por homicídio.
Exatos três anos após o crime que parou o País, o motoboy Robson, de 26 anos, invadiu a casa da ex-mulher, em outubro de 2011, e a manteve refém no quarto com o argumento de que só queria conversar. Assim como ocorreu com Eloá, os parentes da vítima tentaram convencer Santos a mudar de ideia e libertar a ex. As negociações não avançaram. Na mesma noite, ele a matou com facadas no pescoço.
Tudo na frente do filho de 3 anos, no imóvel da família, no Jardim Ipanema, em Santo André. E aparentemente pelo mesmo motivo: o motoboy não se conformava com a separação. Na noite do crime, ele e Beatriz da Silva Costa, de 19 anos, estavam separados havia seis meses. A vítima já tinha relatado que sofria agressões e ameaças de morte à polícia. Após instauração de inquérito e denúncia à Justiça, Santos foi proibido de se aproximar da ex-mulher.
O caso é conhecido da promotora de Justiça Daniela Hashimoto, que a partir de hoje sustenta a tese de que Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá já com a intenção de matar. 'Ele fez exatamente a mesma coisa. Há relatos, inclusive, de que na cadeia o Robson chegou a dizer que era dessa forma (matando) que eles (os amigos) resolviam as coisas', conta.
Em entrevista ao Estado, em 20 de outubro de 2008, dois dias após a morte de Eloá ser confirmada, Santos afirmou que Lindemberg havia cometido uma 'loucura'. Hoje, aguarda por julgamento e pode pegar de 12 a 30 anos de prisão, pelo mesmo crime cometido pelo amigo.
Estadão
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