CASCAVEL -
Sem um sinal para o fim da rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel
(PEC), no oeste do Paraná, integrantes da Polícia Militar (PM) e da Secretaria
de Justiça do Paraná decidiram suspender as negociações na noite deste domingo,
24. De acordo com a PM, a retomada das conversas com os rebelados será feita na
manhã desta segunda-feira, 25.
A rebelião
na penitenciária começou por volta das seis da manhã deste domingo, depois que
um grupo de detentos rendeu um agente penitenciário que se preparava para abrir
as celas para o café da manhã. Pelo menos quatro detentos foram mortos, sendo
dois deles decapitados pelos amotinados.
O motim
avançou pela noite e dois agentes penitenciários continuam como reféns dos
detentos. Estima-se que mais de 600 presos aderiram ao motim. A unidade conta
com 1040 condenados. Por enquanto, o Departamento Penitenciário do Paraná
(Depen) não divulgou se há outros feridos dentro do complexo prisional.
A PM não
informou o número de policiais que estão concentrados no local, mas estima-se
que passa de 200, incluindo grupos de operações especiais. A PM também não quis
comentar se há um plano para invasão do prédio, que ficou destruído pela ação
dos amotinados.
Para aliviar
a tensão, 75 presos foram transferidos para a Penitenciária Industrial de
Cascavel, que fica no mesmo complexo da PEC. Eles ficaram isolados em uma ala
da penitenciária e estavam sendo ameaçados pelos rebelados. O grupo deve ser
transferido na segunda-feira para as Penitenciárias de Francisco Beltrão e de
Maringá.
O presidente
da Comissão dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil),
Subseção de Cascavel, Amarildo Horvath, relatou aos jornalistas que
praticamente as 24 galerias do complexo prisional foram danificadas. A rebelião
teria sido motivada pelos maus-tratos, qualidade da alimentação e falta de
assistência jurídica, uma vez que muitos detentos teriam direito à revisão de
pena.
Ao todo
cinco presos foram jogados do telhado da penitenciária, que tem capacidade para
1.116 condenados e abrigava 1.040, segundo o Depen. Eles caíram de uma altura
de 15 metros e as equipes do Corpo de Bombeiros demoraram cerca de três horas
para ter acesso com segurança ao local onde estavam os feridos. Dois deles
foram encaminhados com ferimentos diversos para o Hospital Universitário.
O
Departamento Penitenciário informou que um dos mortos é um ex-policial civil
que estava preso por comandar um esquema de furto e desvio de peças de veículos
apreendidos que ficavam no pátio da 15ª Subdivisão Policial de Cascavel. As
negociações com os líderes da rebelião estão sendo feitas pelo diretor do
Depen, Cezinando Paredes.
Fonte: MSN ESTADÃO
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