21 de novembro de 2013

Homeopatia reduz custos no tratamento de bovinos e bubalinos

Gastos com controle de parasitas podem ter redução em 50%, segundo o especialista da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), Antônio Vicente Dias. A utilização de homeopatia na pecuária, além de eficiente no combate e prevenção de doenças do rebanho, pode reduzir em até 80% os gastos com produtos veterinários de origem alopática (medicamentos tradicionais).
 “A homeopatia permite ao produtor curar efetivamente os seus animais e as suas plantas, dando sustentabilidade à produção, sem agredir o meio ambiente, e permitindo a obtenção de produtos de origem animal e vegetal livres de contaminação química”, explica Dias.
Os trabalhos de pesquisa com o uso da homeopatia acontecem na Estação Experimental de Aramari, da EBDA, na região de Alagoinhas. No local, também são realizadas ações de manejo sanitário, controle alternativo de formigas, com a borrifação manual de solução que mistura 50 litros de água com 10 quilos de folhas trituradas de Neem. “Com o objetivo de não comprometer a biodiversidade do ecossistema, utilizamos tecnologias com base nos princípios agroecológicos”, afirma a veterinária e chefe da estação, Carolina Mello.
Na estação, mais de 200 animais são tratados com homeopatia. A alternativa orgânica, combate todas as doenças incidentes no gado, como a tristeza parasitária em bezerros, mosca-dos-chifres, bernes, carrapatos, verminoses e também na cura da mastite. Segundo Antônio Dias, “a homeopatia atua no organismo de forma natural, respeitando e estimulando os mecanismos de defesa do animal, por meio de ações imunológicas no combate aos vírus, bactérias, fungos e outros agentes causadores das doenças.

Combate aos carrapatos - A rotina no uso dos procedimentos se inicia quando o animal ainda não completou seu primeiro ano de vida. Além das vacinas convencionais, cada bezerro é vermifugado com Sulphur 30 X, com sete dias de nascido, e a partir dos 30 dias, a dose é repetida mensalmente, durante todo o ano. Além do trabalho de prevenção a verminoses, todo rebanho recebe, a cada sete dias, borrifadas com a solução de Neem, eficaz no combate a carrapatos.
Em 2006, a pesquisa intitulada ‘Uso da Homeopatia no Tratamento da Tristeza Parasitária de Bovinos’, do engenheiro agrônomo da EBDA, Sinval Luz, concluiu que este mal poderia ser curado com o uso de medicamentos homeopáticos.
O experimento, realizado com 21 bezerros acometidos com a doença, certificou que o tratamento é eficaz, podendo curar um animal em até oito dias, metade do tempo necessário para cura com outros produtos. Outro fator considerado é a redução de custos com medicamentos. Comparando a média de custo dos tratamentos homeopáticos com a estimativa de custo de medicamentos alopáticos, convencionais, a pesquisa garantiu que a redução é de aproximadamente 87%.
No controle de doenças, o gasto com homeopatia custa em média R$ 3,80 por animal/ano, enquanto pelo método tradicional, são gastos mais de R$ 28,20 por animal/ano. Outra vantagem do medicamento homeopático está na possibilidade de manipulação das formas de aplicação respeitando as condições do rebanho. Baseado nas prescrições veterinárias e nos valores das doses dos medicamentos alopáticos, o custo homeopático é 13,47% do alopático, ou seja, o tratamento homeopático é 86,53% mais barato.

Tratamento tem baixo custo e reduz mortalidade

O baixo custo do tratamento, a ausência de resíduos químicos na carne e no leite dos animais, e a redução da mortalidade, são vantagens no tratamento homeopático. Outros benefícios são o controle das infecções em bezerros, minimização do estresse na desmama e retenção de placenta. Também na bovinocultura de corte, a homeopatia controla parasitas, minimiza o estresse na vacinação e no transporte e erradica diversas doenças infecciosas.
A Estação de Aramari passou a trabalhar exclusivamente com homeopatia, nos seus rebanhos bovino, caprino e bubalino, a partir de 1996. Esse trabalho, um dos primeiro no país, com resultados divulgados em outras regiões, tem despertado a curiosidade de professores, técnicos, pesquisadores e produtores, que buscam agregar valor à produção, oferecendo um produto limpo de agrotóxicos, muito valorizado no mercado consumidor.

21/11/13

Rãs/sis

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