A
presidente Dilma
Rousseff assinou no final da manhã desta quinta-feira (7), durante
cerimônia no Palácio do Planalto, decreto que permite às emissoras de rádio que
operam na faixa AM migrarem para a faixa FM.
Essa
medida atende a demanda antiga do setor de rádio, principalmente de emissoras
do interior, e vai permitir melhoria da qualidade do sinal dessas rádios. A
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) avalia que 90% das 1,8
mil rádios comerciais AM se transfiram para a frequência FM.
Em
discurso após a assinatura do decreto, a presidente Dilma Rousseff disse que a
migração é importante para permitir também que as rádios hoje na faixa AM
possam ser sintonizadas por aparelhos celulares e tablets – esses equipamentos
só captam sinal de FM.
O
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou que o decreto prevê que as
emissoras AM interessadas na migração vão poder requerê-la a partir de 1º de
janeiro de 2014. Em seguida, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
vai fazer estudos para avaliar a viabilidade da transferência.
Bernardo
disse que, nos locais onde houver espaço disponível, o processo de migração das
rádios AM para FM deve levar entre 8 meses e um ano. Ele avaliou que, das 1,7
mil emissoras que devem pedir a transferência, 2/3 se encaixam nesse perfil.
O
presidente interino da Anatel, Jarbas Valente, estimou, porém, que deverá haver
alguma dificuldade de migração em pelo menos mil cidades brasileiras – grandes
centros e os municípios ao redor deles, onde o espectro já está saturado.
Onde não
houver disponibilidade, a transferência deve ser completada apenas entre 2016 e
2018, prazo de conclusão da digitalização da TV aberta, quando as rádios AM
poderão então ocupar o lugar nos espaços dos canais de TV.
Bernardo
disse ainda que o decreto garante às rádios AM potência suficiente para manter,
após a migração para a faixa FM, a mesma área de cobertura de sinal – as ondas
de rádio AM têm alcance maior que de FM, por isso a necessidade de uma potência
maior para conseguir a mesma cobertura.
Mudanças
técnicas
Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar seus sistemas de transmissão de sinal, que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. O investimento médio previsto é de cerca de R$ 85 mil para cada emissora. O governo deve oferecer financiamento ao setor.
Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar seus sistemas de transmissão de sinal, que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. O investimento médio previsto é de cerca de R$ 85 mil para cada emissora. O governo deve oferecer financiamento ao setor.
A troca
dos equipamentos é necessária porque as rádios AM funcionam em uma frequência
de 525 KHz, no início do espectro, enquanto as rádios FM operam em 88 MHz. As
ondas de rádio emitidas pelos transmissores AM são consideradas de tamanho
médio, com alcance maior que os de FM, que têm ondas curtas. Portanto, a
diferença técnica entre uma e outra está na propagação dessas ondas.
Frequências
como as da rádio AM estão mais sujeitas a sofrerem interferência de
equipamentos e sons, como eletrodomésticos, fábricas, linhas de transmissão e
até o barulho produzido por veículos. Por isso o sinal dessas emissoras tem uma
qualidade inferior à das FM.
Fonte: G1 Brasília
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