O menor que confessou o sequestro da funcionária da Coelba Maria Luiza Azevedo, na porta de casa, no Castália, ontem à noite, deixou policiais boquiabertos ao confessar pelo menos cinco homicídios, mais de 10 tentativas e diversos assaltos, inclusive a banco. Sem falar nos mais de seis carros tomados de assalto em Itabuna. Tudo isso com uma frieza de chamar a atenção até de experientes agentes da civil e da imprensa especializada.
O termo ‘menor em conflito com a lei’, preconizado pela legislação, acaba ficando dissonante da realidade desse indivíduo, especialmente quando se descobre que ele, aos 16 anos, é um dos matadores oficiais do crime organizado de Itabuna. Segundo contou na polícia, as execuções são encomendadas pelos chefes do tráfico de dentro do presídio local.
Bom de bola e ‘bom de dedo’
O menor disse em depoimento que está no mundo do crime desde os 10 anos, quando passou a integrar o bando da finada dupla ‘Sapatinho e Johnny Cartucheira’. Depois dessa primeira experiência, diz que tentou mudar de vida e foi parar em times das divisões de base da Portuguesa (SP). “Era bom de bola”, afirmou.
Hoje, segundo relatou, está no time de Jack Bombom, um dos maiores bandidos que a região já conheceu. Poderia estar mandando bem em outros campos, mas preferiu os riscos da vida na bandidagem. Em alguns momentos de seu depoimento, os policiais até duvidaram de tantas experiências na criminalidade.
O menor, que tem 16 anos, disse, ainda, que os diversos assaltos a motoristas em Itabuna – mais de seis, pelas suas contas, também foram feitos sob encomenda. Todos os veículos teriam sido entregues a um suposto receptador, que ele identificou como “Marcelo”, de Ilhéus, que lhe pagava entre R$ 300,00 e R$ 500,00 por veículo, a depender do modelo.
Já o sequestro de ontem à noite teria sido uma ação sua, para suprir uma necessidade própria: fazer uma cirurgia num dos olhos, ferido por bala ou estilhaços, durante um assalto no bairro Jorge Amado, em Itabuna.
Ele pedia R$ 10 mil pelo resgate de sua vítima – Maria Luiza Azevedo -, que conseguiu fugir quando foi autorizada a telefonar para a família, de um orelhão, em um posto de combustíveis, em Buerarema.
Demonstrando uma frieza impressionante para um jovem de 16 anos, o menor que confessou o sequestro da funcionária da Coelba Maria Luiza Azevedo, na noite de ontem, disse na polícia, após ser apreendido na manhã de hoje, que só não matou a vítima porque estava com pouca munição no momento em que ela tentou a fuga.
“Tive medo de que alguém revidasse. Como eu estava apenas com três balas, se tivesse troca de tiros, eu ia ficar sem munição”.
Maria Luiza conseguiu fugir quando o sequestrador parou em um posto de combustível, em Buerarema, para que ela ligasse para a família pedidindo o valor do resgate – R$ 10 mil. Ela pulou do carro e fugiu correndo.
O sequestro ocorreu na porta da casa da vítima, na rua Paulo Portela, no bairro Castália. Essa é a mesma rua em que há dois meses eram registrados mais de 10 assaltos por dia. Esse fato motivou a polícia a realizar patrulhamento constante na área.
Postado no Blog Agora na rede
Nenhum comentário:
Postar um comentário