Dailton Francisco Moura dos Reis é uma figura conhecida na política ibicaraiense, onde ele mesmo declara que sempre fez questão de atuar nos “bastidores”. Jornalista, publicitário, marketeiro, atuou como titular das assessorias de imprensa dos ex-prefeitos Monalisa Tavares (Ibicaraí) e Garrafão (Floresta Azul).
Dailton atualmente cursa Direito na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Vitória da Conquista). Filho do já falecido Chico da Gerfab e de Alice costureira, é casado com Iraildes Reis e pai de Thirza Moura, Yves Reis e Maria Reis, esta última estudante de Medicina em Vitória (ES), além de já ser avô da pequena Ana Clara.
Ele afirma que a sua origem humilde nunca o impediu de tentar a busca do crescimento através do trabalho e do estudo, foi assim que participou diversas vezes de projetos jornalísticos na região, a exemplo do lançamento do primeiro jornal diário em offset da nossa região, o Diário do Sul, em Itabuna, onde permaneceu por seis anos e da implantação do primeiro jornal semanal de Ibicaraí: A Folha da Semana.
Como a notícia divulgada por este blog, com exclusividade, causou um impacto positivo, entramos em contato com Dailton, por telefone, e ele nos concedeu a seguinte entrevista:
TRIBUNA: Apesar de sempre estar envolvido com a política de nosso município, você nunca se candidatou a nenhum cargo eletivo. Por quê?
DAILTON: Veja bem Alexandre: eu sempre tive essa vontade, porém outras prioridades tomaram meu tempo, recursos e atenção. A criação e a educação dos meus filhos sempre tiveram prioridade e nesse sentido eu já me sinto quase realizado, pois tenho uma filha estudando Medicina, outra filha que é servidora pública concursada e um filho que tem um bom emprego, em Vitória da Conquista.
Quando consegui realizar esse meu intento, passei a cuidar dos meus projetos pessoais que envolvem me tornar um advogado e entrar para a política como protagonista e não coadjuvante.
TRIBUNA: Como marketeiro e jornalista político você está a par das dificuldades para um candidato alcançar êxito nessas eleições de 2012?
DAILTON: Olha Alexandre, Ibicaraí está precisando de desenvolvimento urgente. E esse desenvolvimento precisa ter início no Poder Legislativo, que é o órgão que aprova as leis e fiscaliza o Poder Executivo Municipal.
Infelizmente, a maioria dos nossos vereadores nunca sequer leu a Constituição da República Federativa do Brasil, não sabem elaborar um projeto de lei, não têm profundidade de ideias, têm dificuldades de se expressar em público, entre outros fatores negativos. Isso desestimula os verdadeiros formadores de opinião a sentirem o desejo de participar das sessões.
Se você notar bem, os eventos realizados pelos poderes públicos em Ibicaraí não têm conseguido reunir um número expressivo de participantes. Isso é um sintoma da apatia que os ibicaraienses têm sentido em relação aos atos de seus líderes.
TRIBUNA: E como então você pretende conduzir sua campanha?
DAILTON: Quero que a campanha de Dailton Reis a uma vaga na Câmara Municipal seja uma construção coletiva, pautada em conversas, discussões e principalmente na aceitação de ideias, mesmo que divergentes.
TRIBUNA: Você está buscando setores específicos da sociedade para formar sua base eleitoral?
DAILTON: Sim! E creio que para atingir uma base eleitoral é necessário que haja uma identificação com ela, porque ninguém pode chegar para um determinado grupo, sem saber utilizar a linguagem que aquele grupo domina, ou ao menos saber das dificuldades enfrentadas pelos mesmos.
Eu acredito na educação formal, em todos os níveis, como fonte motora da transformação socioeconômica. Ibicaraí está a 37km de Itabuna, que está se transformando em um pólo educacional dos mais importantes. Estamos recebendo uma universidade federal, já temos a UESC em Ilhéus, diversas faculdades particulares e os centros de formação técnica, a exemplo do SENAI.
Além disso, creio que o poder público poderia firmar convênios com a nossa faculdade (FAM), possibilitando que ibicaraienses tivessem seus estudos superiores financiados. Se há dinheiro para micareta e festas, creio que também pode haver para a educação superior.
É claro que para adentrar qualquer universidade é necessário passar por um curso pré-vestibular, que possibilite adquirir uma base capaz de levar o aluno ibicaraiense a disputar em pé de igualdade com alunos dos demais municípios da região do cacau.
Na Uesc ainda existem as Ações Afirmativas, entre elas o sistema de cotas raciais e sociais, que poucos sabem o que é, mas tem permitido que diversos alunos egressos do Ensino Médio estejam cursando uma faculdade pública de qualidade. Informações sobre o Fies e Prouni estão à disposição nos websites do MEC, mas falta quem oriente o aluno que não pode por si só chegar a essas informações. Na minha sincera opinião é uma falha direta da Educação Municipal.
Discorde e ache ruim quem quiser, mas falo com autoridade, pois coloquei minha filha em uma boa Universidade, pelo Prouni, e entrei em no Curso de Direito de uma Universidade Pública Estadual.
TRIBUNA: Além da plataforma estudantil, o que você acha que o diferenciará, caso seja eleito?
DAILTON: Cultura! Não vou levantar a bandeira do esporte e do lazer porque já tem muitos que o fazem. A Cultura do município está entregue à própria sorte. Aqui não há um grupo de teatro em atividade, nossa biblioteca é uma piada, nossos poetas são desprezados. Para se ter uma ideia: há mais de dez anos que um ibicaraiense não publica um livro. É ou não é vergonhoso?
Nossos intelectuais dormem em berço esplêndido. A vida passou na janela e só eles não viram.
TRIBUNA: Pra finalizar: qual o seu partido? E quem você apoiará para prefeito?
DAILTON: A primeira parte da pergunta é fácil de responder: sou filiado ao PMN, cujo presidente municipal é o meu amigo Moisés Messias. É junto com os partidários do PMN que empreenderei essa jornada.
Já quanto ao apoio a prefeito passa por algumas decisões, principalmente a partidária. Posso lhe garantir que o PMN é o único hoje em Ibicaraí que mantém uma posição de independência. Não iremos lançar candidato próprio à chapa majoritária, porém planejamos participar de uma coligação e para isso dependerá de quem serão os candidatos a prefeito.
Eu, particularmente (e não posso falar pelo partido) continuo acreditando no trabalho e na reeleição do atual prefeito Lenildo Santana. Sei que houve avanços nessa administração, como também sei que há aspectos passíveis de melhora. Caso eu seja eleito, pretendo contribuir de forma efetiva para a resolução desses problemas.
Mas política é algo dinâmico e as coisas teimam em mudar! Simpatizo com Lula Brandão, respeito Luisinho da Huanna e reconheço o que Monalisa Tavares realizou por Ibicaraí. Todos estes são pré-candidatos e nesses 13 meses até as eleições, muitas coisas podem acontecer, modificando novamente o curso da história política do Município.
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