O público visitante da VI Feira Baiana da Agricultura Familiar e
Economia Solidária (Febapes), que acontece em paralelo à Fenagro, até o próximo
domingo (6), no Parque de Exposições de Salvador, vai ter a oportunidade de
conhecer e degustar a cerveja de umbu. A fruta nativa da caatinga de sabor
agridoce e rica em vitamina C se juntou ao malte, ao lúpulo e a levedura e
resultou na fabricação de uma inédita cerveja artesanal, batizada de Saison
Umbu.
A produção da bebida é resultado da associação da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) e uma empresa mineira especializada em cervejas com frutas e especiarias brasileiras cultivadas em comunidades nativas. A cerveja tem em sua composição 10% da fruta e 6,2% de álcool. A acidez, doçura e perfume do umbu equilibram-se com os aromas e sabores frutados, cítricos e condimentados da refrescante Saison, estilo de cerveja originado na Bélgica que, tradicionalmente, inclui na produção ingredientes como sementes, especiarias e frutas.
A cerveja de umbu é produzida em lotes de 1,5 mil litros, na Cervejaria Krug Bier, em Nova Lima, Minas Gerais, sob o acompanhamento dos cervejeiros da empresa Experimento Beer em todo o processo, desde a brassagem (o cozimento do malte para converter em açúcares o amido dos grãos), passando pela fermentação e maturação, até o envase.
A Febafes é promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), com o objetivo de conceber um espaço para promoção, divulgação e comercialização dos produtos dos empreendimentos da agricultura familiar e da economia solidária, além de promover a capacitação dos expositores e agricultores familiares.
Uso sustentável da caatinga
A cooperativa tem 141 associados de 16 comunidades do semiárido baiano e envolve mais de 300 pessoas na produção de iguarias com qualidade e alto valor agregado. O umbu é o carro-chefe da produção, que sob a forma de compotas, geleias e doces é fornecido para alimentação escolar e a uma variedade de revendedores, desde a Rede Pão de Açúcar a empórios fair trade (comércio justo) na Europa. A maioria dos umbuzeiros da região tem mais de um século de existência e seguem produzindo.
A Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à SDR, vem contribuindo para o fortalecimento da Coopercuc, por meio, por exemplo, da implantação do projeto de Manejo Sustentável e Beneficiamento de Frutas, na comunidade de Jaquinicó, no município de Curaçá.
A agricultora Maria do Socorro dos Santos afirma que, no início, o trabalho era feito de forma artesanal e nas cozinhas das casas. “A gente se reunia na casa de alguém, mas era um processo bem complicado, pois os espaços das cozinhas não eram adequados nem suficientes para comportar o número de dez ou mais pessoas trabalhando ao mesmo tempo”.
Um grupo de 14 mulheres começou as primeiras experiências, comercializando nas feiras livres da região com uma barraca própria. “Com a ajuda da CAR, conseguimos nos organizar e hoje temos uma estrutura para produzir nosso produto e formamos uma parceria com a Coopercuc, que tem sua sede em Uauá”, enfatiza a agricultora.
A ação teve o objetivo de contribuir com o fortalecimento do trabalho iniciado pela Coopercuc, no município de Curaçá, implementando um sistema de aproveitamento e beneficiamento de frutas nativas e de uso sustentável da caatinga. Além disso, de promover a preservação do Bioma Caatinga por meio do aproveitamento e beneficiamento das frutas nativa da caatinga, gerando renda para as famílias. O projeto consistiu na implantação de uma mini unidade de processamento de frutas.
Fonte: Ascom/Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR)
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