Um manifestante egípcio morreu neste sábado (9) em um
confronto com a polícia perto da praça Tahrir, no Cairo, após um tribunal do
país confirmar a sentença de morte contra 21 pessoas por participação em um
motim no estádio de futebol de Port Said em 1º de fevereiro de 2012, quando 74
torcedores morreram.
A decisão já havia sido anunciada em janeiro, mas foi
anunciada neste sábado. Fontes de segurança informaram
à agência de notícias Reuters que a pessoa morreu pelos efeitos de uma bomba de
gás lacrimogêneo. Outros 65 indivíduos envolvidos no protesto ficaram feridos,
alguns por balas de borracha.
Segundo o chefe dos serviços de emergência
egípcios, Mohammad Sultan, a vítima morreu asfixiada dentro da ambulância que a
transportava após ter aspirado o gás usado pelas forças de segurança, que
enfrentam centenas de manifestantes revoltados.
Segundo
a agência France Presse, um manifestante teria sido morto por bala de fogo em
um confronto com a polícia. Mas ainda não está claro se seria a mesma vítima.
A televisão estatal do Egito também exibiu
imagens de manifestantes levados em ambulâncias.
O veredito anunciado nesta manhã enfureceu
milhares de torcedores, que atearam fogo à Federação Egípcia de Futebol e a um
clube da polícia próximo na manhã deste sábado. Dois helicópteros do Exército
foram usados para apagar o fogo.
Apesar
de o caso envolver torcedores de dois times de futebol rivais, o Al-Ahly e o
Al-Masry, os protestos têm ganhado um caráter político, pois muitos moradores
culpam a polícia de ter apoiado a violência no ano passado.
Os confrontos, que ocorrem entre grupos de
jovens e policiais há várias semanas, foram retomados depois que um tribunal do
Cairo condenou, além das 21 pessoas à morte, 24 a penas entre um ano de prisão
e sentença perpétua. Outras 28 foram absolvidas.
Incêndios
A sede da Federação Egípcia de Futebol e parte de um clube da polícia foram incendiados por torcedores do clube Al-Ahly na manhã deste sábado (9) no Cairo, logo após a confirmação da sentença de morte para os 21 acusados.
A sede da Federação Egípcia de Futebol e parte de um clube da polícia foram incendiados por torcedores do clube Al-Ahly na manhã deste sábado (9) no Cairo, logo após a confirmação da sentença de morte para os 21 acusados.
Os bombeiros tentaram apagar as chamas que
se propagavam pelo edifício da federação de futebol, localizado no mesmo bairro
que o clube da polícia. Dois helicópteros do Exército também foram usados
para combater o fogo.
Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas
nos protestos, segundo informou um funcionário do Ministério da Saúde egípcio à
agência estatal de notícias Mena.
Entenda
o caso
A tragédia aconteceu durante um jogo entre os times Al-Masry e Al-Ahli no estádio de Port Said. Quase no fim da partida, quando o Al Masry, mandante do jogo, vencia por 3 x 1, torcedores do Al-Ahli abriram cartazes com ofensas ao Al-Masry, e um deles entrou no campo com uma barra de ferro.
A tragédia aconteceu durante um jogo entre os times Al-Masry e Al-Ahli no estádio de Port Said. Quase no fim da partida, quando o Al Masry, mandante do jogo, vencia por 3 x 1, torcedores do Al-Ahli abriram cartazes com ofensas ao Al-Masry, e um deles entrou no campo com uma barra de ferro.
A torcida do Al-Masry reagiu invadindo o
gramado e agredindo os atletas do Al-Ahli, e depois voltaram às arquibancadas
para bater em torcedores rivais. Segundo testemunhas, a maioria das mortes foi
de pessoas pisoteadas pela multidão ou que caíram das arquibancadas.
Jovem chora por colega morto em confronto com a polícia no Cairo neste sábado (Foto: Nasser Nasser/AP) |
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