Uma
mesa inusitada marcou o primeiro dia de debates do Encontro Estadual da
Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência interna do PT, na Faculdade de
Arquitetura da Ufba, em Salvador, com a presença do jornalista Paulo Henrique
Amorim (PHA) e do teólogo Leonardo Boff. Quebrando o protocolo e chamando para
compor a mesa, o comunicólogo uniu dois distintos discursos interligados pela dinâmica
socialista em um evento com representantes de cerca de 100 municípios da Bahia.
PHA salientou a importância do encontro com a participação de Boff para a
esquerda brasileira e apontou a saída para vencer o golpe, a crise política e
restaurar a democracia. “A saída é montar uma aliança do centro para a
esquerda, que reúna toda a sociedade num trabalho que tenha o interesse do povo
em primeiro lugar, no centro do problema e lutar de modo que isso se concretize
na campanha presidencial do Lula, que é quem tem as condições para liderar esse
movimento”.
Conhecido
pelo jargão ‘Olá, tudo bem?’, PHA não poupou críticas e apontou para a
importância da mídia nas tomadas decisivas do país e como ela influência a
opinião pública. “O jornalismo da Globo é mais poderoso que a Câmara, o Senado,
o Palácio do Planalto e cada um dos 11 membros do STF [Supremo Tribunal
Federal]. O que derrubou a Dilma foi a Lava Jato, cujo o objetivo ainda é
impedir a eleição do ex-presidente Lula”. O jornalista ainda diz que: “A Lava
Jato não teria esse poder destruidor se ela não tivesse se tornado uma extensão
da programação da Globo no horário nobre. Posso dizer agora, com muita clareza
que, na minha modestíssima opinião, como autor de um livro sobre o quarto
poder, ou seja, sobre a imprensa, que o maior erro dos governos do PT, eu me
refiro ao de Lula e Dilma, foi não ter enfrentado a Rede Globo”.
Já
o teólogo Leonardo Boff, com explanação sobre a existência, conceito de
socialismo, defesa da unidade como início de um processo de revitalização, fez
uma profunda análise da situação atual e defendeu que todas as políticas tenham
que incluir um momento ecológico. “Porque se não tem a terra que produz vida,
não adianta as igrejas, não adianta os partidos, não adianta a nossa civilização,
vamos desaparecer. Eu acho que a gente tem que manter isso como horizonte, não
é que a gente vá deixar de trabalhar no concreto, fazer nossas políticas
necessárias, nós temos que tomar consciência da nova responsabilidade dos seres
humanos e que as políticas verdadeiras têm que incluir formas de educação para
uma nova consciência, como sempre acentua o deputado Valmir [Assunção], uma
nova mente um novo coração, para captar essa realidade e dar a nossa
contribuição para evitar esta catástrofe”, sintetiza Boff.
Ascom do
deputado Valmir Assunção
Vitor Fernandes
(DRT-2430)
71 988789657
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