14 de setembro de 2016

Dois novos empreendimentos reforçam cadeia produtiva da energia solar na Bahia


Com a ampliação das atividades da italiana Enel Green Power, que já produz energia eólica no estado, e a implantação da Globo Brasil, a cadeia produtiva da energia solar se consolida na Bahia. O protocolo de intenções assinado pelo governador Rui Costa com a Enel, nesta quarta-feira (14), prevê a implantação de outro parque de energia solar no município de Tabocas do Brejo Velho, no Oeste baiano. Já o documento assinado também nesta quarta (14) com a Globo Brasil, primeira grande indústria de painéis solares do país, formalizou a implantação de uma fábrica de células voltaicas e, posteriormente, de painéis solares em Camaçari.

Juntos, os empreendimentos representam investimento de mais de R$ 600 milhões e devem gerar 650 empregos diretos e 11 mil indiretos. Para o superintendente de Promoção de Investimento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Paulo Guimarães, os protocolos promovem dois benefícios sociais importantes. “Primeiro porque teremos necessidade de formar mão de obra e segundo porque, como os parques serão implantados no semiárido, nós teremos geração de emprego e atividade econômica nessa região. Os parques pagam um valor ao proprietário e um pequeno produtor que não conseguia tirar regularmente muito proveito da terra passa a ter uma renda fixa”.

Guimarães avalia que, para que o potencial baiano possa ser explorado, é fundamental que haja investimentos na cadeia produtiva. “Isso viabiliza os parques, tornando mais competitivos os projetos a serem implantados, porque as energias renováveis agregam um valor tecnológico importante, a partir do momento em que os equipamentos são produzidos aqui. Existe sempre a possibilidade tanto das empresas quanto do Estado de desenvolver tecnologias que customizem os equipamentos para um melhor desempenho na região”. 

Potencial solar


Além do novo empreendimento em Tabocas do Brejo Velho, que representa investimento de US$ 110 milhões e vai gerar 350 empregos diretos, a Enel está construindo outros dois projetos de energia solar na Bahia, um também em Tabocas, o maior da América Latina, e outro em Bom Jesus da Lapa. Ao todo, a empresa está investindo US$ 680 milhões em energia solar no estado, além de outros investimentos em energia eólica. Segundo o diretor de Operações da Enel, Nilton Moraes, o adensamento da cadeia é importante para o desenvolvimento do País.

“Nós, como investidores, buscamos ser cada vez mais competitivos, para ganhar leilões e fazer estes investimentos. Se o mercado brasileiro tem oportunidade de oferecer produtos de qualidade e competitividade de preço, isso é muito bom para todos nós, inclusive na Bahia. Se estamos vizinhos, todos os custos são menores, ficamos mais competitivos”, afirma Moraes. Ele acrescenta que os contratos são de 20 anos de venda de energia. “São plantas feitas para um retorno de longo prazo. Nosso negócio é estável, de permanência, e no final podem ter upgrades nas instalações, atualizações”. 

A Globo Brasil, que está investindo outros R$ 245 milhões e vai gerar mais 300 postos de trabalho, aposta nas demonstrações que a Bahia já apresentou do aproveitamento do seu potencial. Segundo o gerente de Produção da Globo, Manoel Coelho, o estado concentra os maiores projetos de parques fotovoltaicos do País. “Analisando os mesmos passos que a fonte eólica traçou aqui, nós também avaliamos que o estado é o melhor ambiente para construir uma fábrica de células e uma nova fábrica de painéis fotovoltaicos. O prazo de conclusão do projeto é de aproximadamente 15 meses a partir da assinatura do protocolo”. 

Palavra de especialista


Com especialização na França e doutorado na Inglaterra, na área de energia renováveis, Osvaldo Soliano afirma que o Estado tem feito o dever de casa para o desenvolvimento do segmento. “Nos últimos leilões, a Bahia é o estado que tem atraído maiores empreendedores. Aliado a isso, linha de transmissão não é competência do Estado, e sim do governo federal. O Estado precisa estar sempre pressionando para o governo federal fazer os leilões de transmissão e a Bahia tem sido bem sucedida nisso. Outra coisa que a Bahia ajudou muito foi agilizar o licenciamento ambiental”. 


Repórter: Raul Rodrigues

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