A muda é a pedra fundamental na cadeia
produtiva agrícola. Na cadeia da citricultura, a utilização de mudas cítricas
de qualidade, produzidas em ambiente protegido, é a forma mais econômica e
ecológica de garantir plantas saudáveis e produtivas.
Devido às ameaças fitossanitárias à
cultura dos cítricos, a exemplo de pragas como o greening e o cancro cítrico,
que ainda não ocorrem na Bahia, o governo estadual, através da Secretaria da
Agricultura (Seagri) aprovou o projeto Produção de Mudas Cítricas em Ambiente Protegido,
elaborado por técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).
“Essa iniciativa vai fazer a Bahia
ingressar no seleto time dos estados que produzem mudas cítricas em ambiente
protegido, favorecendo a permanência dos viveiristas familiares baianos na
atividade”, diz o engenheiro agrônomo da EBDA, Nilton Caldas, também
coordenador das ações de citricultura da empresa.
Segundo ele, as mudas que atenderão ao
projeto serão produzidas com borbulhas e sementes provenientes de blocos
cultivados em ambientes protegidos, que não possibilitam a entrada de pragas e
vetores de doenças, garantindo a propagação de material sadio e produtivo.
Motivação do projeto – A portaria estadual
nº 243, de agosto de 2011, regulamenta a produção em ambiente protegido, a
entrada, o comércio e o trânsito de mudas, porta-enxertos e borbulhas na Bahia,
e foi criada para evitar a disseminação de pragas e doenças dos citros para
regiões onde elas ainda não existem. Essa
portaria proíbe a produção de mudas a céu aberto, sistema utilizado, até então,
pelos viveiristas familiares.
Em função da necessidade da existência
de borbulhas produzidas em ambiente protegido, para formação de mudas sadias, a
EBDA vem atendendo aos viveiristas com sete borbulheiras, o que possibilitou a
antecipação das ações necessárias ao cumprimento da portaria, que determina a
data de janeiro de 2014 para a obrigatoriedade da produção de mudas e borbulhas
cítricas em ambiente protegido.
Além da existência dessas borbulheiras,
ações de capacitação de viveiristas na produção de mudas, no novo sistema
proposto, também foram realizadas pela EBDA. “Reuniões em associações de
produtores de mudas, para sensibilização e preparo dos viveiristas quanto ao
novo sistema, foram mais uma ação para que se consolide o projeto com sucesso”,
explica a engenheira agrônoma da EBDA, Kátia Magalhães Abreu.
Implantação de
estufas agrícolas
– Para atender ao projeto, serão implantadas, inicialmente, 10 estufas
agrícolas para produção de mudas nos principais polos citrícolas. As estufas
serão geridas pelas associações de viveiristas familiares, que, em
contrapartida ao investimento realizado pelo governo, fornecerão parte das mudas
produzidas a agricultores familiares, para compor o Quintais Agroflorestais –
programa da EBDA que atende a agricultores familiares – e para implantação de unidades
técnicas demonstrativas (UTDs).
O projeto envolve um aporte de recursos
de R$ 3 milhões e contará com ações de assistência técnica, capacitação de
viveiristas, técnicos e agricultores familiares, beneficiando diretamente 8.300
beneficiários.
ras/om 27.1.14
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