27 de janeiro de 2014

Novo sistema de produção de mudas cítricas beneficiará viveiristas familiares baianos



A muda é a pedra fundamental na cadeia produtiva agrícola. Na cadeia da citricultura, a utilização de mudas cítricas de qualidade, produzidas em ambiente protegido, é a forma mais econômica e ecológica de garantir plantas saudáveis e produtivas.
Devido às ameaças fitossanitárias à cultura dos cítricos, a exemplo de pragas como o greening e o cancro cítrico, que ainda não ocorrem na Bahia, o governo estadual, através da Secretaria da Agricultura (Seagri) aprovou o projeto Produção de Mudas Cítricas em Ambiente Protegido, elaborado por técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).
“Essa iniciativa vai fazer a Bahia ingressar no seleto time dos estados que produzem mudas cítricas em ambiente protegido, favorecendo a permanência dos viveiristas familiares baianos na atividade”, diz o engenheiro agrônomo da EBDA, Nilton Caldas, também coordenador das ações de citricultura da empresa.
Segundo ele, as mudas que atenderão ao projeto serão produzidas com borbulhas e sementes provenientes de blocos cultivados em ambientes protegidos, que não possibilitam a entrada de pragas e vetores de doenças, garantindo a propagação de material sadio e produtivo.

Motivação do projeto – A portaria estadual nº 243, de agosto de 2011, regulamenta a produção em ambiente protegido, a entrada, o comércio e o trânsito de mudas, porta-enxertos e borbulhas na Bahia, e foi criada para evitar a disseminação de pragas e doenças dos citros para regiões onde elas ainda não existem.  Essa portaria proíbe a produção de mudas a céu aberto, sistema utilizado, até então, pelos viveiristas familiares.
Em função da necessidade da existência de borbulhas produzidas em ambiente protegido, para formação de mudas sadias, a EBDA vem atendendo aos viveiristas com sete borbulheiras, o que possibilitou a antecipação das ações necessárias ao cumprimento da portaria, que determina a data de janeiro de 2014 para a obrigatoriedade da produção de mudas e borbulhas cítricas em ambiente protegido.
Além da existência dessas borbulheiras, ações de capacitação de viveiristas na produção de mudas, no novo sistema proposto, também foram realizadas pela EBDA. “Reuniões em associações de produtores de mudas, para sensibilização e preparo dos viveiristas quanto ao novo sistema, foram mais uma ação para que se consolide o projeto com sucesso”, explica a engenheira agrônoma da EBDA, Kátia Magalhães Abreu.

Implantação de estufas agrícolas – Para atender ao projeto, serão implantadas, inicialmente, 10 estufas agrícolas para produção de mudas nos principais polos citrícolas. As estufas serão geridas pelas associações de viveiristas familiares, que, em contrapartida ao investimento realizado pelo governo, fornecerão parte das mudas produzidas a agricultores familiares, para compor o Quintais Agroflorestais – programa da EBDA que atende a agricultores familiares – e para implantação de unidades técnicas demonstrativas (UTDs).
O projeto envolve um aporte de recursos de R$ 3 milhões e contará com ações de assistência técnica, capacitação de viveiristas, técnicos e agricultores familiares, beneficiando diretamente 8.300 beneficiários.

ras/om         27.1.14

Nenhum comentário:

Postar um comentário