A cadeia de petróleo e gás da
Bahia terá um novo impulso, após a conclusão da 12ª Rodada de Licitações, que
será realizada nos 28 e 29 deste mês pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). Na avaliação do secretário do Planejamento do
Estado e ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, os investimentos
devem superar os US$ 10 bilhões nos próximos dez anos, com a oferta de 86
blocos exploratórios terrestres, de potencial para gás natural, contemplando
tanto recursos convencionais quanto não convencionais nas bacias do Recôncavo e
São Francisco, ambas localizadas em solo baiano.
De acordo com o secretário, as
perspectivas são promissoras, pois cria um ambiente de negócio favorável ao
fortalecimento da cadeia de fornecedores e também geração de emprego e renda. A
análise foi compartilhada durante o seminário ‘Fundamentos da Exploração e
Produção de Não Convencionais: a Experiência Canadense’, realizado nesta
segunda-feira (11), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia
(Fieb), em Salvador.
O objetivo do evento foi estreitar
as relações comerciais e compartilhar as experiências canadenses, que têm larga
tradição na exploração e produção, em terra, de petróleo e gás em reservas não
convencionais, os chamados shale oil e
shale gas.
Estiveram presentes o cônsul
geral do Canadá, Sanjeev Chowdhury, o diretor de Comércio e Investimento do
Departamento de Relacionais Internacionais do Governo de Alberta, no Canadá,
além de representantes do Comitê de Petróleo e Gás da Fieb e empresários do
setor.
Potencial -
Uma das oportunidades do setor refere-se ao gás natural em reservatórios não
convencionais, que são aqueles retirados das rochas sedimentares de folhelho.
Estimativas da ANP indicam que apenas a Bacia do Recôncavo possui 20 trilhões
de pés cúbicos (TCF). “A reserva de gás natural armazenada em reservatórios
convencionais de todo Brasil é da ordem de 16 TCF, ou seja, apenas a Bacia do
Recôncavo pode conter 25% mais gás natural do que todo gás descoberto até hoje
no país, o que daria para suprir a necessidade nacional durante quase 20 anos,
desde que mantido o consumo atual”.
Ele disse ainda que apesar do desenvolvimento
da produção de óleo e gás de reservatórios não convencionais assumirem
proporções significativas em escala mundial ainda é incipiente no Brasil, onde
há atividade de exploração apenas na Bacia do São Francisco (Minas Gerais). “A
possibilidade de encontrar shale gas e
shale oil, que são produtos não convencionais, em uma das bacias
exploratórias do estado, fortaleceria a economia estadual. Se aparecer gás
temos infraestrutura para injetá-lo na economia baiana e brasileira, pois temos
o Gasene, que liga a malha do Nordeste ao Sudeste”.
11/11/13
Pás/is
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