A importação irregular de calçados chineses que ameaçava a indústria de calçados nacional – inclusive o polo calçadista baiano, que emprega mais de 35 mil pessoas – sofreu um duro golpe, nesta terça-feira (4), com a portaria publicada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no Diário Oficial da União, que coloca os calçados entre as importações de licença não automática.
Agora elas dependem de uma autorização do governo brasileiro, que pode levar até 60 dias para sair. A medida era reivindicada pelo Governo da Bahia desde o início de 2011, quando as indústrias de calçados denunciaram a possível prática de dumping (quando um produto é vendido no Brasil por um preço menor que no país de origem) por partes dos chineses.
De acordo com a indústria calçadista nacional, o governo chinês informa que são exportadas para o Brasil 13 mil toneladas de calçados por ano, mas o governo brasileiro só registra 3 mil toneladas. Outra denúncia é que fábricas chinesas estariam falsificando a origem do produto e, com isso, conseguindo exportar sem barreiras através de países como o Vietnã e a Coréia.
O governador Jaques Wagner teve papel preponderante na adoção das medidas ao defender o parque calçadista baiano junto à presidente Dilma Rousseff e ao ministro do Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel.
Ele refere-se especificamente ao polo calçadista baiano, considerado estratégico na política de interiorização do parque industrial do estado. O setor possui fábricas nas cidades de Itapetinga, Feira de Santana, Jacobina, Cruz das Almas, Alagoinhas, Vitória da Conquista, Ilhéus e Jequié, com empresas como Free Way, Dal Ponte, Vulcabras/Azaleia, Ramarim, Calçados Bibi, Daiby, Paquetá e Grupo Dass, dentre outras. Somente a Azaléia gera mais de 18 mil empregos na região de Itapetinga.
A região Sudoeste do estado, com destaque para Itapetinga, é a que mais exporta. A Bahia ocupa o segundo lugar, em receita, no ranking de exportação calçadista do Nordeste.
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