SÃO PAULO -
Apesar do alto comprometimento das receitas das universidades com salários, os
reitores das estaduais paulistas - USP, Unesp e Unicamp - pediram, em ofício
encaminhado ao governo do Estado, o aumento do teto remuneratório nas
instituições. O argumento dos dirigentes é de que essa medida garantiria a
atratividade e a permanência de talentos acadêmicos no ensino superior
estadual.
De acordo com
a Constituição paulista, o teto é o rendimento do governador Geraldo Alckmin
(PSDB), hoje em R$ 20.662. O conselho de reitores pede que o limite de
remuneração seja 90,25% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal,
o que corresponde atualmente a R$ 26.533. Para o ano que vem, a Corte ainda
reivindica aumento de 22% nos vencimentos dos ministros.
A requisição
atende a uma demanda antiga dos professores das estaduais paulistas, que ganham
menos do que os docentes das universidades federais. Segundo o documento,
“torna-se necessário direcionar nossos esforços no sentido de incentivar a
atratividade, a permanência e a dedicação exclusiva”.
Os reitores
pedem mudança na Constituição que permita o novo teto para os Executivos
estadual e municipal, o que teria impacto nos cofres paulistas. Nos protestos
durante a greve, líderes dos funcionários e dos estudantes foram críticos aos
salários pagos a dirigentes.
Fiscalização.
Neste ano, o Tribunal de Contas do Estado já rejeitou contas de USP, Unicamp e
Unesp pelo pagamento de supersalários. A defesa das universidades é de que os
servidores citados pela Corte acumulavam cargos de gestão, o que elevaria os
rendimentos.
A diminuição
da massa salarial é o principal desafio das universidades estaduais. As três
gastam praticamente todas as receitas com a folha de pagamento, o que levou os
reitores a proporem reajuste zero para docentes e funcionários em 2014. A
situação mais crítica é a da USP, que gasta 105% do que recebe com
remunerações.
Fonte: MSN
Estadao
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