Um dos primeiros planos estaduais
lançados pelo governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura
(Seagri/EBDA/Adab/CDA), o Programa de
Desenvolvimento do Setor da Borracha Natural do Estado da Bahia (Prodebon)
acaba de receber importantes apoios para seu desenvolvimento. A Continental e a
Michelin anunciaram o compromisso de doar 180 mil mudas de seringueira para
ajudar os agricultores familiares.
O secretário da Agricultura, Eduardo
Salles, comemorou as decisões e afirmou que são conquistas importantes para as
regiões do baixo sul, sul e extremo sul da Bahia. “O programa prevê a plantação
de 100 mil hectares de seringueira no estado, no sistema agroflorestal com a
seringueira, cacau e banana. Renovamos a lavoura cacaueira e proporcionamos
para o produtor, com a receita gerada pela banana, condições para se manter nos
primeiros anos, garantindo no futuro a sustentabilidade da propriedade com a
renda que será gerada pela borracha”.
Durante encontro realizado no gabinete
do secretário, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), os superintendentes da
Continental, Pedro Emanuel Gravina Pereira de Matos e José da Silva Carvalho
Neto, entregaram a Salles uma carta de intenções, através da qual a empresa
assume o compromisso de doar, entre este ano e 2015, 125 mil mudas de
seringueira. “Este programa reflete a preocupação do governo baiano de
construir uma sociedade justa e solidária, e parabenizamos pela inciativa de
contribuir para o desenvolvimento socioambiental do estado”, destacou José da
Silva Carvalho Neto.
Em outro comunicado, a Michelin informou
ao secretário que vai doar 55 mil mudas de seringueira, sendo 20 mil este ano e
35 mil em 2014. De acordo com Salles, as mudas de cacau e banana e a
assistência técnica serão viabilizadas pela Seagri. O Banco do Nordeste,
através do FNE Verde, financia todo o restante com oito anos de carência e 12
para pagar, totalizando 20 anos, além de operações com o Banco do Brasil.
As metas do Prodebon
Organizado pela Câmara Estadual Setorial
da Borracha, com parceria e participação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação (Secti), Sedir/CAR, MDA, Mapa/Conab, Banco do Nordeste, Banco do
Brasil, Ceplac, Faeb, Senar-BA, Sebrae-BA, Organização de Conservação da Terra
(OCT), Instituto Biofábrica de Cacau, Fetraf-BA, Fetag-BA e Sema/Inema, o Programa de Desenvolvimento do Setor da
Borracha Natural do Estado da Bahia tem metas arrojadas: sair da
produção de 17,2 toneladas/ano para 146 mil toneladas/ano, de 32.314 hectares
plantados para mais de 100 mil hectares, com variedades melhoradas de
seringueira nos próximos 20 anos, e ampliar de 6,5 mil para 34 mil empregos
Também fazem parte dessas metas elevar a
produtividade de 800 quilos/hectare para 1.460 quilos/hectare, eliminar a
importação de borracha seca, que hoje representa 70% do consumo interno, e
aumentar a renda oriunda da produção, dos atuais R$ 102 milhões/ano para R$ 865
milhões/ano.
Ampliar a arrecadação do ICMS de R$ 18
milhões/ano para R$ 163 milhões/ano e chegar ao ano 2040 com a Bahia
autossuficiente na produção de borracha natural estão ainda dentro dos
objetivos.
O secretário informou que, para
organizar e estruturar a agropecuária do estado, foram criadas 22 câmaras
setoriais de cadeias produtivas consideradas estratégicas, que receberam a
missão de elaborar planos estaduais para os próximos 20 anos.
Além do plano da borracha, já foi
lançado este ano o Plano Estadual do Mel, e até o final do ano será lançado o Plano
Estadual do Leite. “O Prodebon não é um plano de governo. Foi elaborado pela
Câmara Estadual Setorial da Borracha, cabendo ao governo fazer a sua parte,
garantindo assistência técnica e todo o apoio necessário à efetivação do
programa”, explicou Salles.
O Prodebon vai atender a 18.133
produtores, em sua maioria da agricultura familiar. Os pequenos produtores-alvo do programa estão distribuídos nos territórios
de identidade Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte, Baixo Sul, Extremo Sul,
Litoral Sul, Médio Rio de Contas, Recôncavo, Costa do Descobrimento e Vale do
Jiquiriçá.
tas/om 4.10.13
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