8 de novembro de 2011

Na zona rural do País, o crack já substitui álcool e violência cresce

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que a Saúde é a área mais afetada nas cidades, por causa da circulação do crack. O levantamento de 2011 aponta ainda uma mudança na zona agrícola, onde foi constatada a substituição do álcool pelo crack, o que reflete em um aumento de casos violentos no campo.

O novo estudo, o segundo em um ano, também destaca a 'interiorização da droga': em 18 de setembro, o Estado mostrou como a droga já entrou para o cotidiano do sertão nordestino. A primeira pesquisa da CNM, realizada em dezembro, identificou a presença do crack em 98% dos municípios pesquisados.

O trabalho mais recente indica que 63,7% dos prefeitos das 4.400 cidades participantes do levantamento consideram que as drogas provocam impacto negativo na Saúde. A Segurança é o segundo setor afetado: 58,5%, seguido pela assistência social, com 44,6%. Entre os gestores, 84,5% afirmaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território.

A Educação também é uma área diretamente atingida pela presença do crack. Pelo estudo, uma em cada três prefeituras (38%) apontam problemas, especialmente em relação ao tráfico de drogas na proximidade de centros de ensino.

A pesquisa foi feita com base em um questionário disponível na internet. O trabalho indica ainda que, entre os prefeitos entrevistados, 269 apontam o crack como o maior desafio a ser enfrentados nos próximos anos. As queixas são mais frequentes no Sudeste. Na região, 93 cidades relataram que enfrentam problemas com circulação de drogas, com destaque para o crack. Em seguida, vem o Sul, onde 72 prefeitos apontam o crack como principal problema.

Verbas. O presidente da CNM, Paulo Ziulkolski, afirma que os reflexos do consumo de crack e outras drogas são sentidos principalmente nos serviços municipais e reclama da falta de definição, por parte do governo federal, das atribuições de cada esfera de governo nesta área. De acordo com ele, dos R$ 124 milhões destinados a programas de prevenção e tratamento de pacientes usuários de drogas em 2010 no Fundo Nacional Antidrogas, apenas R$ 5 milhões foram executados.


Fonte:Estadão

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