Dois
pesquisadores mexicanos da Universidade Autônoma de Ganajuato estão na Bahia
com o objetivo de preparar técnicos do Governo do Estado e pesquisadores da
Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) para produção em larga escala de mudas
de sisal. Eles vão ensinar a técnica da micropropagação por cultura de tecidos,
que será usada na biofábrica do sisal, a ser construída em Cruz das Almas em
2013.
As
aulas vão durar uma semana, com encontros teóricos e práticos para a
transferência da tecnologia. A técnica consegue, por meio de uma célula da
planta, criar uma muda. Com isso, acelera a produção de novos exemplares, que
são mais fortes que os encontrados na natureza.
Por
intermédio da nova técnica, a biofábrica deve produzir um milhão de mudas para
distribuição nas 76 cidades baianas que possuem produtores de sisal. Com uma
colheita anual de 110 mil toneladas, a Bahia é o maior produtor de sisal do
país. Mais de 700 mil pessoas vivem na região em que a planta é uma das
principais fonte de renda. Apesar do volume a utilização das fibras é
direcionada apenas ao artesanato e a tecelagem de exportação. Um dos objetivos
das pesquisas ligadas a biofábrica é permitir uma produção suficiente para que
o sisal tenha outras utilizações, agregando valor a planta.
Entre
as novas aplicações do sisal está a fabricação de móveis, carteiras escolares e
painéis de veículos. Os primeiros protótipos já chegam a usar a fibra para
substituir 20% da antiga matéria prima. O grande desafio é manter uma produção
que garanta segurança para as indústrias que pretendem usá-lo.
Além
do sisal tradicional, conhecido científicamente como Agave Sisalana, outros
dois tipos da planta serão produzidos pela biofábrica e distribuídos na região
sisaleira.
O trabalho de incentivo à produção do sisal é
realizado em parceria pelas secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia e
Inovação (Secti) e da Agricultura (Seagri) e UFRB. As produções das pesquisas e
das mudas serão feitas em Cruz das Almas devido à disponibilidade de
pesquisadores e infraestrutura de laboratórios, mas a produção será direcionada
para as cidades produtoras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário