Entidades e instituições regionais iniciaram nesta
quinta-feira, 9, na Uesc, a formação do Comitê Produtores de Água do Sul da
Bahia para a definição de estratégias de mitigação do problema da falta d’água,
que atualmente assola diversos municípios da região cacaueira. A ideia parte da
experiência do projeto Produtor de Água Pratigi (PAP), desenvolvido pela
Organização de Conservação da Terra (OCT) no município de Ibirapitanga, com o
objetivo reduzir a erosão e o assoreamento dos mananciais nas áreas rurais, visando
melhorar a qualidade, a ampliação e regularização da oferta de água a longo
prazo.
A Construção do modelo para o Sul da Bahia foi apresentado
pelo secretário executivo da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e
Sudoeste da Bahia - Amurc, Luciano Veiga, em conjunto com o técnico da OCT, Rogério
de Miranda. A ideia central, segundo ele, é incentivar os produtores rurais a
adotarem boas práticas de proteção e conservação da água e do solo, em
contrapartida de incentivos financeiros, não financeiros e assistência técnica
gratuita.
No encontro foram compartilhadas experiências e
realidades de cada parceiro e representantes dos municípios, para compor uma
estratégia de mitigação dos impactos no meio ambiente da região Cacaueira. Além
de sofrer com a escassez de água na zona urbana, os gestores públicos e
profissionais que atuam no meio ambiente apontam uma repercussão negativa com a
perda na agropecuária e no cultivo do cacau, que influencia de forma muito
intensa na economia regional.
As consequências irão se estender por um determinado
período, mas, segundo o presidente da Amurc e prefeito de Ibicaraí, Lenildo
Santana, trata-se de um momento oportuno para que cada organismo social esteja
envolvido no Núcleo de Diálogo, com a iniciativa de “adotar medidas, para que
não fique apenas no discurso, mas que repercuta no cotidiano da região, e que a
gente possa promover ações, em conjunto, visando minimizar a situação da crise
hídrica”.
O Pró-reitor de Extensão da Uesc, Alessandro Santana
declarou que a região vive uma crise hídrica supra partidária, supra classista,
e a sociedade espera que as instituições venha discutir o que está acontecendo.
“Com a formação desse núcleo, esperamos que cada instituição apresente o seu
conhecimento técnico-científico, numa relação dialógica com a sociedade”.
Da mesma forma, o professor da UFSB, Jomar Jardim sinalizou
a importância de levar até as comunidades rurais, mas também chamou a atenção
para a importância da cultura da cabruca, que perdeu lugar para grandes áreas
de pastagens. Segundo ele, com a devastação da cobertura vegetal, perde-se a
preservação de água, de remanescentes, do solo e todos os serviços ambientais.
“Então, temos que temos que trabalhar de forma transversal, em conjunto e
pensar que isso é a longo prazo, com resultados daqui a 20 anos”.
O encontro reuniu representantes das secretarias de
Agricultura e Meio Ambiente de vários municípios da região, além das seguintes
entidades: AMURC; OCT; AQUIBAHIA; UESC; UFSB; IFBAIANO; SDR-CAR; Instituto
Cabruca; SETAF/BAHIATER; Consórcio de Desenvolvimento Sustentável Litoral Sul,
UFSB, MAPA/CEPLAC; Diálogo do Cacau; Centro das Águas; Fundação Séculos;
Instituto Nossa Ilhéus; Produtores rurais e outras instituições parceiras.
Agenda
Foi agendada a realização de oficinas no próximo dia 20,
com a distribuição das etapas do Núcleo de Gestão de Diálogo. As oficinas serão
divididas com a realização de atividades para a construção do Marco Legal do
Pagamento de Serviço Ambiental (PSA) dos municípios; a Governança; Diagnóstico
de Paisagem; Cadastro de Produtores e o Monitoramento.
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