Um médico
foi preso em flagrante no município de Senhor do Bonfim, localizado a 375 km de
Salvador, nesta quarta-feira (3), por ter deixado de atender mais de 20
pacientes que o aguardavam no 1º Posto Municipal de Saúde, no centro da cidade,
para priorizar o atendimento a clientes em seu consultório particular, no mesmo
horário.
Segundo a
Polícia Civil, José Douglas, que é servidor municipal concursado, suspendeu o
atendimento a pacientes mais carentes agendado para esta quarta-feira, alegando
motivos pessoais. Ele remarcou as consultas para o dia 20 de dezembro, de
acordo com a polícia.
"Muitos
clientes que estavam com consultas agendadas tinham vindo de outros municípios,
como Ponto Novo, e tiveram que retonar, por ele ter adiado as consultas pelo
SUS na unidade de saúde", afirmou ao G1 o delegado Felipe Neri,
coordenador da 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).
A prisão do
médico ocorreu após uma fiscalização de rotina do Ministério Público (MP), que
procura investigar se os profissionais da saúde da rede pública municipal
realmente cumprem suas jornadas de trabalho nos postos.
Depois de
constatarem a ausência do médico no local, os investigadores seguiram para o
consultório particular dele, também localizado no centro de Senhor do Bonfim.
Lá, os agentes verificaram que o clínico geral atendia sua clientela privada.
Ainda conforme a Polícia Civil, mais de 30 pacientes estavam na sala de espera
do consultório particular.
Além de
crime de prevaricação, José Douglas Bezerra de Andrade também foi autuado por
estelionato, já que, segundo a polícia, ele exercia ilegalmente a função de
cardiologista.
"Quando
chegamos à clínica dele, identificamos uma placa afixada na parede que
informava que ele também era cardiologista, mas, na verdade, ele é apenas
clínico geral. Para atuar como cardiologista ele teria que ter registro
próprio", destacou o delegado.
Conduzido ao
Complexo Policial de Senhor do Bonfim, José Douglas segue custodiado, à
disposição da Justiça. De acordo com o delegado Felipe Neri, o médico pode
pegar de um a seis anos pelos crimes.
Fonte: G1-Ba.
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