Alimento rico em propriedades medicinais, o mel é um produto
proveniente da criação das abelhas africanizadas (apicultura) e das sem ferrão
(meliponicultura), culturas agrícolas que vêm se firmando na Bahia, onde a
atividade é desenvolvida por agricultores familiares. O estado é o terceiro
maior produtor de mel de abelhas africanizadas do Nordeste, com uma produção
anual de mais de 600 mil toneladas.
De acordo com levantamento da Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura
(Seagri), este número é resultado do trabalho de oito mil agricultores
familiares baianos que vivem da criação e manejo desse tipo de abelhas. A meta
do órgão é formar, até o próximo ano, 11 mil famílias rurais na apicultura.
Os municípios de Alagoinhas, Itaberaba, Itabuna, Irecê,
Jequié, Juazeiro, Jacobina, Teixeira de Freitas, Ribeira do Pombal e Jequié são
destaque na produção do mel. Outra referência é a Comunidade de Boa Vista, no
município de Santa Bárbara, responsável pela produção de 2.450 litros de mel, a
cada três meses.
“Já cheguei a colher 300 litros de mel em dois meses”,
afirma o apicultor Juracir Fisnando, que mantém 350 colmeias junto com 40
famílias da comunidade. Segundo a farmacêutica e pesquisadora da EBDA, Alvanice
Lins, a empresa oferece aos apicultores e meliponicultores os serviços de
análises físico-químicas de méis, pólen, própolis e extrato de própolis, por
meio do Laboratório de Abelhas (Labe), localizado em Salvador.
A EBDA também testa a qualidade do mel, com a emissão do
laudo que qualifica o produto para venda. Além dos serviços de controle da
qualidade dos produtos, o Labe desenvolve pesquisas aplicadas, buscando o incremente
de tecnologias e processos como a desidratação do pólen de abelhas sem ferrão
como a urucu, (Melipona scutellaris), além da identificação de propriedades
terapêuticas e nutricionais do pólen para que o produto seja comercializado
pelos agricultores. “A desidratação correta do pólen vai garantir ao agricultor
um produto com maior tempo de prateleira e reduzir o risco de contaminação”,
enfatiza Alvanice.
Laboratório
O Labe, criado em 1984 foi reestruturado e requalificado em
2005 com base na gerência da qualidade e boas práticas de laboratório, tem como
objetivo a sustentabilidade da criação de abelhas, baseada na conservação do
meio ambiente para manter a segurança alimentar e nutricional das famílias de
agricultores familiares e das comunidades tradicionais.
Também desenvolve trabalhos de Pesquisa e Inovação (P&I)
voltados para a geração de produtos como o material de referência para mel de
abelhas africanizadas (Apis mellifera), além de realizar o manejo sustentável
de abelhas sem ferrão e a identificação de abelhas, por meio da Coleção
Entomológica Moure e Costa (CEMeC), que apresenta espécies representativas da
fauna de abelhas da Bahia.
Fonte: Secom-Ba.
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