O número de pessoas que morreram em decorrência da gripe suína (H1N1)
quadruplicou nos últimos 51 dias em São Paulo. O total de mortes passou de 55,
em 12 de maio, para 215, de acordo com dados atualizados da Secretaria de
Estado da Saúde - a alta é de 290%. Em todo o Brasil, o vírus já matou pelo
menos 339 pessoas.
O caso mais recente no Estado foi confirmado
segunda-feira, 1, pela Secretaria Municipal de Saúde de Jundiaí, município que
fica a 60 quilômetros da capital. A vítima é um homem de 56 anos, portador de
diabetes e hipertensão, que não foi vacinado contra a gripe. É o sexto caso
ocorrido na cidade.
O Estado teve confirmados 1.367 pacientes
infectados com H1N1 desde 1.º de janeiro. Desse total, 663, ou 60% dos casos,
foram registrados na Grande São Paulo. A capital soma o maior número de mortes:
101 até agora. A secretaria ressalta que 70% dos pacientes que morreram
apresentavam algum problema, como doenças crônicas relacionadas ao coração.
"O certo é não termos nenhuma morte, já que se
trata de uma doença imunoprevenível. Mas essas mortes aconteceram em pessoas
que estavam suscetíveis e não tomaram a vacina", avalia a gerente de
Vigilância Epidemiológica de Jundiaí, Solange Nogueira Marchezini.?
Segundo classificação da Organização Mundial de
Saúde (OMS), o vírus influenza A (H1N1) é de gripe comum, assim como outros em
circulação pelo País, e, por isso, não prevê notificação compulsória. A pasta
estadual explica que apenas casos graves, caracterizados como Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG), devem ser automaticamente informados.
Neste ano, 6.095 pacientes com SRAG foram
confirmados, já somados os 1.367 casos de H1N1 - número que representa 78% de
todo o País. Desta lista, além das mortes por influenza A, constam ainda outras
26 vítimas do influenza A ou B, a gripe comum.
O governo não explicou na terça-feira, 2, os
motivos da alta. Em maio, a Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria
Estadual de Saúde apontou a chegada antecipada do frio como uma das possíveis
causas.
Em São Paulo, a Secretaria da Saúde distribuiu
cerca de 5 milhões de doses de Oseltamivir, antiviral indicado para combater
gripes classificadas como SRAG. O medicamento deve ser fornecido gratuitamente
nas unidades de saúde municipais, mesmo para pacientes com receitas assinadas
por médicos particulares ou de planos de saúde. Na capital, as farmácias da
Rede Dose Certa também dispõem do remédio.
Para que a droga tenha efeito desejado, a
recomendação é que sua prescrição ocorra em até 48 horas após o início dos
sinais agudos de gripe, como dores nas articulações e febre alta. "O
Oseltamivir diminui a carga viral no paciente e a duração dos sintomas, melhora
o prognóstico da doença e impacta diretamente na diminuição do número de casos
de mortes, principalmente em pacientes portadores de comorbidades",
informa a secretaria.
Recomendações. A prevenção segue como o principal
remédio, especialmente em dias frios, quando as pessoas se concentram em locais
fechados. Entre as principais recomendações estão lavar a mão várias vezes ao
dia - com sabão ou álcool em gel -, cobrir a boca com um lenço ou a mão quando
tossir, buscar ambientes arejados e evitar sair de casa quando estiver com
sintomas da gripe, além de se alimentar adequadamente.
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