Texto e fotos: Arnold Coelho
A Associação do Projeto de Assentamento
Santa Irene (APAS), é um exemplo de assentamento que deu certo. Localizado no
município de Gongogi, a Associação existe juridicamente desde 25 de maio de
2000, com CNPJ 03.832.400/0001-51 e
funciona no regime de assentamento desde 2003, na fazenda Santa Irene, s/n,
rodovia Gongogi-Ubatá, se firmando como exemplo de uma comunidade rural
sustentável que não usa agrotóxico nem desmata área protegida. O assentamento funciona
em uma área de 1.200 hectares, adquirido pelo Governo Federal, através do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A Associação conta com 81
famílias cadastradas totalizando mais de 500 pessoas morando e trabalhando
ativamente no assentamento.
De acordo com o presidente e
administrador do assentamento, Valdemiro Bispo dos Santos, no início foi
complicado, mais com o tempo e muito trabalho a comunidade cresceu e prosperou.
“Nós conseguimos 81 moradias do Programa Nacional Habitação Rural (PNHR), de um
total de 121 casas, sendo que as outras 40 foram construídas com recursos
próprios dos moradores. Esse projeto nasceu de um sonho nosso, galgado pelo
amigo e irmão professor Soares Neto, que não mediu esforços para que
adquiríssemos essa fazenda. Soares nunca deixou de nos apoiar. Hoje temos os
programas Luz Para Todos e Água para Todos graças a ele; nosso Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) é forte, para esse ano nossa previsão é de R$
385.000,00 e já movimentamos mais de 2 milhões em alimentos nos últimos anos”,
disse Valdemiro.
APAS
A Associação conta com três
escolas, igrejas, espaço para reuniões e confraternizações; tanques naturais
para a criação de peixes (piscicultura), além de movimentar em torno de 15 mil
arrobas de cacau por ano; produção de frutas diversas como: graviola, jaca, laranja,
limão, manga, cajá, banana prata e da terra, além de muito aimpim, mandioca e hortaliças
diversas. No momento a associação tem 5 mil caixas de cajá em estoque, o que
equivale 28 mil quilos de polpas. “Nossa meta é montar uma câmara fria aqui na
associação para produzir e estocar a polpa das frutas que plantamos e colhemos.
Diariamente saem dois caminhões carregados de frutas e verduras da nossa
comunidade”, concluiu Valdemiro.
Soares
Neto, uma vida dedicada à agricultura familiar.
O professor Soares Neto é
para muitos o principal articulador dos programas da agricultura familiar na
região cacaueira. Natural de Coaraci, Neto como é carinhosamente conhecido por
todo o interior baiano é acima de tudo um amante do meio rural. Não por acaso
ajudou e tem ajudado diuturnamente no processo de criação, sustentação política
ou na aplicação de programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) de diversas associações. As Associações
da Pedra Lascada, em Barro Preto; Corcovado, em Coaraci; Jacarandá, em Ibicaraí;
Limoeiro, de Floresta Azul; Associação de Agricultura e Piscicultura de
Floresta Azul; Associação dos Assentados do Projeto do Cajueiro Velho, de Ibicaraí;
Posso da Caça, em Itapitanga e a Associação Mista Familiar dos Agricultores e
Pecuaristas, Itororó; são algumas das associações assistidas por Soares Neto,
com seu trabalho voluntário.
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