Conhecida
nacionalmente, a tradicional cachaça de Abaíra, com festival dedicado a ela no
município desde a década de 80, e exportada para diversos países europeus,
conquistou este ano o reconhecimento de Identificação Geográfica, fornecido
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse status
garante à cachaça o reconhecimento de sua reputação, qualidades e
características que estão vinculadas à região onde é produzida, na Chapada
Diamantina.
A Secretaria
da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), através da Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA), incentiva esta cultura, desde a plantação da
cana-de-açúcar, até a produção da cachaça na região, que engloba os municípios
de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã. A Seagri/Edda garante assistência técnica
(Ater) gratuitamente, aos agricultores familiares, que fazem da cana sua
principal fonte de renda.
O secretário
da Agricultura, Jairo Carneiro, ressaltou a importância da Seagri/EBDA, que
desde os anos 80 vem buscando junto aos agricultores, o aperfeiçoamento da
produção, através de assistência técnica e capacitação dos produtores,
modernização das agroindústrias, além da introdução e organização de novas
variedades. O governo do Estado estimula também o associativismo, criando um modelo
de produção sustentável e agroindústrias comunitárias. “Seguimos equipando as
cooperativas com uma estrutura moderna e qualificada, para alavancar a cadeia
da cana-de-açúcar nesta região, e avançar na produção de cachaça e seus
derivados da planta, a exemplo de rapadura, açúcar mascavo e melaço, com mais
qualidade, e é isso que estamos fazendo”, disse.
De acordo
com o Mapa, o Registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou
serviços característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação,
valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos
seus similares disponíveis no mercado. Esses são produtos que apresentam
qualidade única em função de recursos naturais como o solo, a vegetação, o
clima e o saber fazer (know-how ou savoir-faire). O Instituto Nacional de
Propriedade Industrial – INPI é a instituição que concede o registro e emite o
certificado.
“Orientamos
os agricultores para que a lavoura da cana-de-açúcar tenha boa produtividade,
sobre a importância da adubação orgânica, desde as análises de solo, até a
escolha da variedade mais produtiva e resistente a doenças, e o espaçamento
correto entre plantas”, declarou o engenheiro agrônomo da Ebda e técnico da
Ater, Rafael Rocha.
De acordo
com o presidente da Ebda, Elionaldo Faro Teles, “a cana-de-açúcar é uma das
cadeias produtivas mais importantes, por seu aspecto social, envolvendo
milhares de agricultores familiares. Por isso mesmo, a Ebda olha para esse
segmento com prioridade, criando condições necessárias para o seu
desenvolvimento”.
Para o
especialista em cana-de-açúcar e cachaça, técnico agrícola da Ebda e chefe do
escritório de Abaíra, Nelson Pereira, “a indicação geográfica garante melhores
condições de trabalho, gerando segurança do produto, microrregião, além de
aumentar as perspectivas de geração de emprego e novos negócios, ao passo que
amplia a confiança dos consumidores no produto”.
Onze
agroindústrias estão instaladas na região da Chapada Diamantina, nos municípios
de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã, produzindo os derivados da cana-de-açúcar.
Com o desenvolvimento das pequenas agroindústrias, novos investimentos foram
possíveis através do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco do Brasil (BB),
e também pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
“O selo de
indicação geográfica garante a exclusividade do produto da região de Abaíra, e,
além disso, envolve direta e indiretamente mais de duas mil famílias dentro da
cadeia produtiva da cana-de-açúcar”, explicou o presidente da Associação dos
Produtores de Aguardente de Qualidade da Micro Região de Abaíra (Apama),
Evaristo Carneiro.
Produção de
cana-de-açúcar - O município de Abaíra é considerado um dos grandes produtores
de cana-de-açúcar do Estado da Bahia, com produção totalmente orgânica,
alcançando uma produção de mais de 120 mil toneladas/ano, e área plantada de
aproximadamente 2 mil hectares.
Fonte:
ASCOM/SEAGRI
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